Circuito
Frutifica Minas – Delfinópolis
No dia
23 de maio foi realizada em Delfinópolis, mais uma etapa do Circuito Mineiro de
Fruticultura (Frutifica Minas). Criado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Seapa) e coordenado pela Emater-MG, o circuito consiste na
realização de encontros para difundir boas práticas de produção entre os
fruticultores, melhorar a gestão do negócio e estimular a organização dos
produtores principalmente para o aperfeiçoamento da comercialização.
Foram realizadas duas palestras, o
pesquisador Mário Sérgio Carvalho Dias da Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Minas Gerais (Epamig) falou sobre: “Controle e Convivência Com o Mal do Panamá”.
Em seguida o presidente da Cooperativa de Crédito Sicoob/Saromcredi João Carlos
Leite, discorreu sobre “A Indicação
Geográfica da Banana de Delfinópolis”.
O
encontro teve o patrocínio e colaboração das empresas: APEXAGRO, BASF,
BRASNICA, COOPASSA, MINAS IRRIGAÇÃO, SICOOB/SAROMCREDI, SOMASSEY, TANGARÁ E WW
AVIAÇÃO AGRÍCOLA, que na ocasião também expuseram seus produtos e/ou serviços
em seus stands.
A
fruticultura se iniciou no município com a cultura da banana no ano 1993, a
partir da iniciativa de alguns produtores, da Emater e da prefeitura municipal.
Duas décadas após os primeiros plantios a banana se consolida como principal
produto da agropecuária do município: hoje 58
produtores cultivam uma área total de 1.051 hectares, sendo 963 ha em produção e 88 ha em formação. A produtividade média está em
torno de 26.800 kg/hectare. A produção prevista para o ano de 2013 é de 25.900
toneladas com valor de produção estimado em R$20.700.000,00.
O
sucesso da cultura em Delfinópolis não passou despercebido nos municípios
vizinhos, hoje 4 produtores de Cássia, com
área de 96 hectares, também se dedicam à bananicultura. Também já
encontramos produtores nos municípios de São João Batista do Glória, Pratápolis
e Claraval.
Segundo
o engenheiro agrônomo Sávio Marinho, do escritório da Emater em Delfinópolis,
também bananicultor, algumas características do município contribuem para o desenvolvimento da
fruticultura: O clima sem excessos,
topografia, solos adequados desde que corrigidos e fertilizados e
disponibilidade de água para irrigação. Isto em relação a características
físicas. Uma grande vantagem que o município (neste caso a região) apresenta é
a proximidade dos mercados consumidores, principalmente em relação a outros polos
frutícolas. Com os preços atuais dos combustíveis o frete passou a ser um
componente importante do custo final da mercadoria.
Uma
peculiaridade e motivo de orgulho para os pioneiros na atividade foi a ausência
de recursos externos para implantação. Existem vários exemplos no Brasil de
projetos de fruticultura, exitosos ou não, em que o processo se deu através da
aplicação de recursos públicos (em parte a fundo perdido) no assentamento de
produtores, implantação das lavouras, irrigação e obras de infraestrutura. No
caso de Delfinópolis o único incentivo foi o da prefeitura que forneceu o
carreto do calcário e das mudas para o primeiro plantio em 1993. Sequer
financiamento bancário para investimento e custeio houve. Como era uma cultura
nova na região os agentes financeiros (talvez acertadamente) evitaram colocar recursos
antes de se certificarem da viabilidade da mesma. Somente a partir do ano 2000
o Banco do Brasil passou a fazer os primeiros custeios para a bananicultura.
Destaca-se também o fato de se ter partido do nada, até então não havia sequer
uma fração hectare de plantio comercial.
A
fruticultura é atividade que gera receita elevada por área, portanto é adequada
às pequenas propriedades e faz uso intensivo de mão de obra, cada três hectares de banana gera um emprego
direto.
Entretanto
os riscos são maiores. Pragas e doenças têm que ser controladas adequadamente.
Os cuidados na colheita (beneficiamento, embalagem) e pós-colheita são muito maiores do que
comparados aos necessários na produção de grãos. Os custos de formação e
manutenção são elevados. Para implantar 1 hectare de banana, gasta-se em torno
de R$5.500,00, sem contar o custo com irrigação que acrescenta mais 5.000,00 a
8.000,00, dependendo da área.
Fonte:
EMATER (DELFINÓPOLIS) - Jornal CPPUBLICIDADE