PC investiga mãe de bebê com traumatismo

A polícia foi acionada pelas enfermeiras e pela assistente social do PS, que suspeitaram de maus-tratos e agressão. O bebê foi encaminhado para a Santa Casa e precisou tomar sangue após ter uma hemorragia. Ele está internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital.
Na tarde de ontem, um laudo emitido pelo médico legista Marcus Vinícius Barbosa apontou que a lesão aconteceu há uma semana. Porém, nenhum outro elemento no corpo indicou que o bebê sofria maus-tratos e agressões.
Agora, o caso depende de novos exames, incluindo uma tomografia para saber se há coágulos na cabeça do bebê, causados por possíveis chacoalhões e movimentos bruscos.
Durante toda a tarde de ontem, a mãe, o pai e a avó da criança foram ouvidos pela polícia e liberados em seguida. De acordo com a delegada da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), Graciela Ambrósio, ainda é cedo para definir o que aconteceu. “O médico pediu o prazo e novos exames. Tudo será investigado e embasado nos exames e laudos. Só nos resta esperar. Se ficar comprovada a agressão, ela (a mãe) será presa”, disse Graciela. Agora, o Conselho Tutelar cuidará da guarda do bebê, que segue internado na Santa Casa.
Depoimentos
Segundo a avó do bebê, a filha foi até seu sítio, perto de Cristais Paulista, na tarde da última quarta-feira com o bebê. Ela pediu para que a avó ficasse com a criança até o dia seguinte. Para a avó, que havia cuidado do neto por semanas e já havia pedido para ficar com o bebê e criá-lo, ele parecia estar abatido e doente. Suas suspeitas se confirmaram quando ela acordou de madrugada e o encontrou tendo uma convulsão. “Entrei em desespero e, logo cedo, o levei para o pronto-socorro. Minha filha foi conosco, porque eu avisei que ele não estava bem”, disse.
Por cuidar da mãe doente, a avó do bebê deixou a filha e a criança no Pronto-socorro. “Me ligaram dizendo que meu neto estava muito mal, na Santa Casa, e minha filha seria ouvida pela polícia. Vim correndo para a delegacia. Não posso afirmar o que aconteceu, mas ultimamente estava achando que ela está com algum transtorno. Anda mais calada que o normal e apática”, disse a avó do bebê.
Ouvida pela delegada e por investigadores da DDM, a mãe aparentava estar confusa e suas falas eram incoerentes. A cada pergunta, ela mudava a data de quando o menino teria caído do berço. “Tudo que ela dizia era que havia feito uma coisa errada. Levando às mãos aos ouvidos, ela dizia que queria que o filho parasse de chorar. Estava sem paciência e sem dormir, por isso, o deixou no quarto e ele caiu. Mas ela não soube falar quando foi”, disse Graciela.
Ao saber do ocorrido, o pai do bebê foi até a Santa Casa para ter notícias do filho e da mulher. Ele foi até a delegacia, onde passou a tarde prestando depoimento e à espera de uma resposta. Abatido, não quis falar com a reportagem. “Não tenho nada a declarar sobre isso” foram suas palavras. “É o primeiro filho deles e meu primeiro neto. Torço para que ele sobreviva e que tudo seja esclarecido”, afirmou a avó.
Um novo laudo médico, com informações mais precisas, deve ser emitido no prazo de até 30 dias
Fonte:gcn.net.br
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