sexta-feira, 21 de junho de 2013

21/06/2013 07h38 - Atualizado em 21/06/2013 10h00

Salvador amanhece com marcas de 




vandalismo após protestos nas ruas


Cerca de 20 mil pessoas foram às ruas na quinta-feira na capital baiana.
Manifestação começou de forma pacífica, mas terminou com confronto.

Do G1 BA

Salvador amanhece com traços de vandalismo após protestos nas ruas (Foto: Imagem/ TV Bahia)Salvador amanhece com traços de vandalismo após protestos nas ruas (Foto: Imagem/ TV Bahia)

Após os protestos realizados na quinta-feira (20), Salvador amanheceu com diversos traços de vandalismo no centro da cidade. Agências bancárias, pontos de ônibus, telefones públicos e até mesmo a sede da Previdência Social foram alvo de depredação.
Salvador amanhece com traços de vandalismo após protestos nas ruas (Foto: Imagem/ TV Bahia)Salvador amanhece com traços de vandalismo após protestos nas ruas (Foto: Imagem/ TV Bahia)
A manifestação começou de forma pacífica, reunindo muita gente na praça do Campo Grande, mas terminou com confusão, confronto e vandalismo. Cerca de 20 mil pessoas foram às ruas do centro de Salvador para protestar contra corrupção e aumento da tarifa de ônibus em cidades do país.
Salvador amanhece com traços de vandalismo após protestos nas ruas (Foto: Imagem/ TV Bahia)Salvador amanhece com traços de vandalismo após protestos nas ruas (Foto: Imagem/ TV Bahia)
O prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que considera as manifestações legítimas e democráticas, mas lamenta os atos de depredação do patrimônio público, que ele atribui a um grupo de radicais.
Já o governador Jaques Wagnes reafirmou, em nota, o direito de manifestação popular, mas repudiou os atos de vandalismo. Ele vai dar uma entrevista coletiva sobre as manifestações em toda a Bahia às 10h30 desta sexta-feira (21), na governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Até as 7h40 desta sexta-feira, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) ainda não havia divulgado o balanço de pessoas detidas durante os protestos. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) também não informou quantas pessoas ficaram feridas.
Salvador amanhece com traços de vandalismo após protestos nas ruas (Foto: Reprodução)Salvador amanhece com traços de vandalismo após protestos nas ruas (Foto: Reprodução)
Limpeza das ruas
Uma ação popular está prevista para a manhã desta sexta-feira com o objetivo de realizar a limpeza das ruas da capital baiana. O movimento foi organizado por meio da rede social Facebook e é promovida pelo grupo "Eu posso mudar Salvador".
O grupo convoca a população a levar material de limpeza, como sacos de lixo, baldes e sabão. O encontro está marcado para as 7h30, no Campo Grande.
montagem (Foto: Arte/G1)Manifestação começou de forma pacífica, mas terminou em confronto (Foto: Arte/G1)
Manifestação
Os repórteres Egi Santana, Ida Sandes, Lílian Marques acompanharam o protesto em diversos pontos do centro da cidade. Os manifestantes se dividiram e um grande grupo tentou acessar o entorno da Arena fonte Nova, pouco antes das 17h, estádio onde Nigéria e Uruguai se enfrentariam às 19h. Nazaré, Estação da Lapa, Avenidas Centenário e Sete, Barris, Vale do Canela e Praça da Piedade foram algumas das regiões que concentraram grupos de manifestantes, cenários de muitos confrontos entre polícia e jovens.
De rostos pintados em verde e amarelo, cartazes nas mãos e causas diversas, o grupo se uniu pela segunda vez, engrossando a onda de protestos que ocorre em todo o país. Havia gente de todas as idades, principalmente jovens. Máscaras do personagem "V", do filme "V de Vingança", marca dos protestos, foram amplamente usadas.
Entre os mais velhos estava o médico Deraldo Faria. "Eu tenho acompanhado as manifestações pelo país e hoje tive a oportunidade de vir prestigiar essa causa que é de todos", opinou sobre os pedidos de melhora no sistema de transporte público, uma das pautas levantadas pelo Movimento Passe Livre.
Para a jovem Rafaela Oliveira, moradora de Cajazeiras, periferia da cidade, os soteorpolitanos não estavam nas ruas "apenas" pela redução da passagem ou pelo passe livre. "A gente paga R$ 2,80, mas não somos respeitados, os ônibus estão sempre sujos, velhos, não param em pontos", reclamou.
No caso de Adilson Ribeiro, 25 anos, o protesto foi, sobretudo, uma oportunidade de unir a cidade por uma causa. "Eu, por exemplo, sou cristão, mas hoje estou com uma galera gay aqui, todos juntos me prol do nosso bem, o bem de todos. Costumamos dizer que uma sociedade muda ou não muda", comentou.
Protesto em Salvador, na Bahia, dia 20 (Foto: Silvia Resende\Arquivo Pessoal)Vista do alto da população reunida na Avenida Centenário (Foto: Silvia Resende\Arquivo Pessoal)
Apesar da calmaria inicial, em meio à caminhada que seguiu pela Avenida Sete, Avenida Joana Angélica e o bairro dos Barris, uma onda de protestos violentos se formou, gerando confronto com a Polícia Militar. Parte dos manifestantes destruiu carros, banheiros químicos, vitrines de lojas, saqueou e depredou ônibus, além de patrimônio público e agências bancárias.
Manifestantes e policiais ficaram feridos. Muitas bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas, em alguns locais praticamente sem cessar. A polícia também usou gás de pimenta. As pessoas que foram às ruas com a intenção de protestar pacificamente tiveram que assistir às cenas de destruição, enquanto tentavam vaiar e pedir para que aqueles que destruíam as ruas parassem de cometer os crimes. Muitos gritavam "sem violência", na tentativa de inibir a ação da minoria. Em diversos momentos, houve embate com policiais militares.
Protesto em Salvador, na Bahia, dia 20 (Foto: Edgar de Souza/Arquivo pessoal)Jovens enfrentam a polícia durante confronto (Foto: Edgar de Souza/Arquivo pessoal)
A manifestação não foi interrompida durante a noite. Houve intenso confronto entre os policiais e os manifestantes em frente ao Teatro Castro Alves até por volta das 20h30. Pessoas se dirigiram ao bairro da Barra e caminharam até Ondina. Nesse local, o grupo novamente se dividiu entre a Avenida Adhemar de Barros e o Palácio de Ondina, residência do governador da Bahia, Jaques Wagner. No mesmo horário, manifestantes também se faziam presente na região da Avenida ACM, seguindo até a Avenida Tancredo Neves em caminhada. A Polícia Militar dispersou o grupo lançando cerca de quatro bombas de gás lacrimogêneo.
Fonte: G1 Bahia.

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