Balsas que fazem travessia para Delfinópolis estão comprometidas
Veículo deveria funcionar com quatro motores e tem
apenas dois. Falta de bancos e cobertura para passageiros atrapalham
transporte.
21/10/2013 15h58 - Atualizado em 21/10/2013 16h05
Do G1 Sul de Minas
A principal maneira de se chegar à Delfinópolis é atravessando a Represa
de Mascarenhas de Morais por meio de uma balsa que tem apenas dois dos quatro
motores funcionando, o que tem deixado moradores e turistas inseguros. Além
disso, o excesso de veículos em cima do transporte deixa muita gente
preocupada.
Isso acontece porque a cidade teve 58% da área inundada pelo Lago de
Furnas em 1956. Desde então, moradores pedem a construção de uma ponte que
ligue o município à estrada que dá acesso a outras cidades do Sul de Minas e do
interior de São Paulo.
Atualmente, três balsas fazem o transporte e juntas elas têm capacidade
para 34 veículos. No entanto, segundo os usuários, é raro ver as três
funcionando. “Todos os dias é a mesma coisa. Atrapalha muito, tanto no
horário de chegada quanto no horário de saída do serviço. Quando vem, mesmo por
causa de uma coisa pequena, perde o dia todo”, reclamou o marmorista José Vitor
da Silva.
Outro problema é o descumprimento das regras, já que não é permitido
permanecer dentro dos veículos durante a travessia, mas não existe uma parte
coberta e bancos suficientes para os passageiros. Outro problema é a
falta de partida na balsa, que só funciona com a ‘ligação direta’. Quem
enfrenta a travessia diariamente reclama que o trajeto pode durar horas.
“No lugar onde tem um buraco deveria ter um motor, que foi para a
revisão e não voltou até hoje. Ela deveria funcionar com quatro motores e está
apenas com dois. Nós fazemos até milagre aqui, é bem perigoso”, disse Alexandre
Batista Machado, encarregado de embarcações.
Precariedade em balsas geram insegurança na travessia
(Foto: Luciano Tolentino/ Reprodução EPTV)
"Furnas esclarece que, conforme firmado em convênio, é responsável pela manutenção nas três balsas que fazem a travessia no Lago de Furnas no trajeto Delfinópolis-Cassia, no sul de Minas, enquanto a administração e a operação das balsas ficam a cargo da Prefeitura de Delfinópolis. A empresa possui um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) para substituir as atuais balsas por outras mais modernas, equipadas com motores elétricos.
Em alguns casos, cansados da demora, os motoristas entram na balsa a pé
e têm esperança de conseguir uma carona do outro lado. “Eu estava lá atrás, aí
até chegar a balsa, tenho que esperar de novo?! Prefiro ir a pé e tentar uma
carona”, comentou o motorista Romildo Donizete da Silva.
Até mesmo a economia da cidade é afetada pela precariedade das balsas,
já que o transporte da agricultura é feito por meio da travessia. “Estes
problemas implicam em atrasos para chegar adubos e para sair a mercadoria
também. Todo abastecimento fica comprometido”, destacou o engenheiro agrônomo
da Emater, Sávio Marinho.
Questionado sobre o problema, o prefeito de Delfinópolis, Pedro de Paula
Pinto, se isentou da responsabilidade. “A hidrelétrica de Furnas é que é a
responsável por fazer a manutenção nas balsas”, disse.
Por meio de nota, a Furnas Centrais Elétricas disse que a
responsabilidade pela manutenção das balsas é da prefeitura da cidade e que
neste ano R$ 100 mil já foram investidos em reformas desse tipo de transporte.
Veja a nota na íntegra:
"Furnas esclarece que, conforme firmado em convênio, é responsável pela manutenção nas três balsas que fazem a travessia no Lago de Furnas no trajeto Delfinópolis-Cassia, no sul de Minas, enquanto a administração e a operação das balsas ficam a cargo da Prefeitura de Delfinópolis. A empresa possui um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) para substituir as atuais balsas por outras mais modernas, equipadas com motores elétricos.
Em relação às balsas atuais, a empresa já concluiu o processo de compra
e aguarda a chegada de um motor para instalar na balsa São João Batista do
Glória, que opera atualmente com três motores sem comprometimento do seu
funcionamento. As balsas Rio Grande 4 e Delfinópolis funcionam com a carga
máxima de motores, respectivamente quatro e dois. As embarcações atendem
satisfatoriamente o movimento de passageiros em dias normais, quando não há
ocorrência de filas como as verificadas em feriados prolongados, por exemplo.
Apenas este ano, Furnas investiu cerca de R$ 100 mil na reforma das
balsas. Foram trocados motor e gerador de energia da balsa Rio Grande 4,
substituído motor e recuperados reversores da balsa São João Batista do Glória.
Além disso, foram instalados sistemas de descarga molhada em todas as balsas,
proporcionando redução de barulho e aumento do ambiente nas salas de máquinas
para melhor acesso da tripulação às embarcações, oferecendo, desse modo, um
transporte ainda mais seguro à população local.
Juntas, as três balsas têm capacidade de transportar 230 passageiros e
34 veículos, partindo a cada 15 minutos.
A empresa é responsável pela manutenção de 15 balsas de transporte de
passageiros e veículos no Lago de Furnas, realizando serviços periódicos nessas
embarcações sob a fiscalização da Capitania dos Portos."Fonte: Do G1 Sul de Minas. www.m.g1.globo.com/mg/sul-de-minas
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