Mulher abandona seis cachorros em terreno do Palermo

O veículo, que tinha cor escura, estacionou na rua Noel de Paula. Não foi possível identificar a placa do carro na gravação. Seis filhotes sem raça definida se apertavam em meio à ração esparramada na caixa. São três pretos e três castanhos. Havia também um vasilhame com água.
Essa foi a situação encontrada pela jornalista Geovana Ferreira, 36, que mora em frente ao terreno onde os animais estavam. “Uma pessoa que tem coragem de abandonar filhotes não tem sentimento. Se a pessoa não pode ficar com as crias, tem que procurar um jeito de doar”, disse.
Segundo ela, é comum o abandono de animais no bairro, por ser uma região afastada e com muitos terrenos desocupados. “Deixam animais magros, doentes e até cadelas prenhas”, afirmou.
A sapateira Andréia Jesus Cardoso, 37, confirmou a prática. “Ontem fiquei sabendo desse abandono, mas sempre deixam cachorros por aqui. A gente trata, quando dá”, disse a moradora.
Quando a reportagem esteve no local, três cães vagavam à procura de alimento pela rua Noel de Paula.
Sem lar definido
A dona de casa Camila Dadonas Freitas, 27, abrigou os animais provisoriamente em sua casa. Ela levará três dos filhotes para a feira de adoção da ONG Cão que Mia, neste sábado. Esse é o limite de animais que cada pessoa pode levar. A feira acontece em frente à padaria Estrela, na avenida Major Nicácio, a partir do meio-dia. Em caso de chuva, o evento ocorre no estacionamento do Walmart. Quem quiser adotar pode entrar em contato com Camila, pelo telefone (16) 3403-7831.
Crime ambiental
O artigo 32 da lei federal 9.605/98 prevê punição ao crime de abandono de animais. Caso a pessoa que deixou os cachorros seja identificada, ela pode responder criminalmente pelo ato. A pena é detenção de três meses a um ano e multa.
O diretor da Vigilância em Saúde, José Conrado Netto, esclarece que os órgãos da Prefeitura não podem recolher os animais. A lei 12.916 de 2008 proíbe a captura e a eutanásia. “O ideal é que a pessoa anote a placa do veículo que se envolve em caso de abandono animal ou tire fotos. A pessoa pode comunicar na Vigilância, que encaminharemos para a Promotoria do Meio Ambiente”, disse Netto.
Fonte: gcn.net.br
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