PC investiga ação de quadrilha em explosão em supermercado do Aeroporto
Autor(a): Felipe
Cavalieri Função: Repórter
Foto(s): Cassiano
Lazarini/Comércio da Franca
Data: 20/09/2013
Informações
levantadas com exclusividade pela reportagem do Comércio da Franca, sobre o ato
de vandalismo promovido contra um supermercado no Jardim Aeroporto na última
quarta-feira podem dar um rumo totalmente diferente aos atos de vandalismos
registrados pela Polícia Civil no Jardim Aeroporto. Tudo indica que a forte explosão
que destruiu a fachada de um supermercado possa ser uma “ameaça velada” aos
empresários do bairro. Em reação aos roubos que vinham sofrendo, eles
contrataram seguranças particulares para proteger as empresas. A tática deu
certo e agora os marginais teriam adotado uma nova forma de intimidá-los.
Dados
de posse dos agentes do 4º Distrito Policial apontam que outros quatro crimes
envolvendo bombas de fabricação caseira já foram registrados por comerciantes
do bairro desde maio do ano passado. A suspeita é que os “avisos” tenham sido
encomendados por uma quadrilha de assaltantes que age na região e perdeu
dinheiro desde a contratação dos seguranças. Um homem que atualmente está preso
por roubo é o principal suspeito de ser o responsável pelos atentados do ano
passado.
Ontem,
moradores do bairro puderam conferir de perto os estragos provocados pela
explosão ocorrida na madrugada anterior. Mesmo com a fachada totalmente
destruída, o proprietário do supermercado atingido não se intimidou e abriu as
portas para os consumidores. Ele disse que esta não foi a primeira vez que teve
problemas com marginais no bairro (leia texto ao lado).
À
reportagem, ele contou que por causa dos roubos, resolveu contratar seguranças
particulares. Desde a decisão, não teve mais problemas com assaltos. Em
compensação, seu negócio foi alvo de dois atentados a bomba. “No primeiro
destruíram a porta da frente explodindo um extintor de incêndio. Desta vez, me
causaram um prejuízo de quase R$ 10 mil”, disse o empresário (que pediu sigilo
de sua identidade) apontando para as marcas da destruição causada pelo
artefato. Nas duas ocasiões, nada foi levado. Desta última vez, a violência da
explosão fez com que pedaços do material da porta voassem quase 25 metros de
distância.
Outro
supermercado do bairro, uma farmácia e um bar, que também dispõem de seguranças
privadas, foram alvos de atentados. Alegando terem medo de serem identificados,
nenhum destes comerciantes quis dar entrevista.
Há
algumas pistas para a polícia seguir na tentativa de identificar os autores da
explosão desta semana. No vídeo que a reportagem teve acesso, feito pelas
câmeras de vigilância instaladas na parte exterior do prédio atingido, é
possível notar a presença de um veículo modelo Ford Del Rey de cor escura,
transitando na contramão da rua Denizar Trevisam, via onde o supermercado
funciona. O automóvel passa duas vezes e, na última, alguém abre a porta do
passageiro para deixar entrar uma mulher portando uma sacola. Cinco minutos
depois a bomba explode.
A
reportagem ainda teve acesso ao artefato caseiro, construído a partir de um
botijão de gás de três litros e sofisticadamente adaptado. Ele teve instalado
um pavio de cinco metros que permitiu a alguém acioná-lo em segurança e fugir
sem pressa antes da detonação.
O
que sobrou do botijão foi encaminhado para o IC (Instituto de Criminalística)
para realização de perícia técnica. O laudo final deve ficar pronto em trinta
dias.
Veja
o vídeo:
Fonte: GCN.net.br - www.gcn.net.br