sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Justiça nega prisão de mãe e padrasto de menino que sumiu em Ribeirão 

Juíza alegou que casal colabora com a polícia e não oferece risco de fuga. 
Joaquim está desaparecido deste terça; bombeiros fazem buscas por rio.

Do G1 Ribeirão e Franca

Longo e Natália colaboram com as investigações, argumentou juíza em sua decisão (Foto: Reprodução/EPTV)Guilherme Longo e Natália Ponte colaboram com as investigações, argumentou juíza em sua decisão (Foto: Reprodução/EPTV)












A Justiça negou na tarde desta quinta-feira (7) o pedido de prisão temporária da mãe e do padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desaparecido desde a madrugada de terça-feira (5) em Ribeirão Preto (SP). O despacho é assinado pela juíza da 2ª Vara Criminal de Ribeirão, Isabel Cristina Alonso dos Santos, que alegou que o casal colabora com as investigações e que não oferece risco de fuga. Guilherme Longo e Natália Ponte prestam novos depoimentos na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da cidade.
Ainda na manhã desta quinta, duas equipes do Corpo de Bombeiros retomaram as buscas pelo menino no Rio Pardo. O local foi escolhido porque as buscas realizadas na tarde de quarta-feira (6), com ajuda de um cão farejador da Polícia Militar, indicaram que Joaquim e o padrasto seguiram juntos até o córrego Tanquinho, próximo à casa da família e que desemboca no Rio Pardo.
Ao G1, o promotor de Justiça Marcus Túlio Alves Nicolino, afirmou que a juíza interpretou que a liberdade dos suspeitos não prejudica as investigações. O indeferimento foi confirmado às 16h. “Ela entendeu diversamente do que o delegado que essas pessoas soltas, além de não prejudicarem as investigações, estariam colaborando”, afirmou Nicolino.
A decisão contraria a argumentação apresentada anteriormente pela DIG e do próprio promotor de que a prisão de ambos era necessária para que nenhuma evidência do sumiço fosse comprometida. “Não existe até agora nenhum indício, nenhum elemento indicando que outras pessoas tenham participado do sumiço dessa criança. Nós defendemos a prisão temporária para que haja melhor apuração dos fatos, para que provas não sejam deturpadas, para que cenários não sejam deturpados”, disse Nicolino ao G1.
O delegado responsável pelo caso, Paulo Henrique Martins de Castro, afirmou que independente da negativa as investigações vão continuar. Na quarta-feira (6), Castro disse que solicitou a prisão do casal porque ainda havia contradições nos depoimentos da mãe e do padrasto, os últimos a terem contato com a criança, na noite de segunda-feira (4).
Sem passar detalhes das investigações, Castro confirmou que analisa imagens gravadas por uma câmera de segurança nas proximidades da casa da família, que podem fornecer mais informações sobre o caso. Segundo o delegado, as evidências contidas no vídeo serão confrontadas com os depoimentos do casal.
Pai de Joaquim pede que população ajude com informações sobre o paradeiro (Foto: Reprodução/EPTV)Pai de Joaquim pede que população ajude com
informações sobre o filho (Foto: Reprodução/EPTV)
Depoimento do pai
Após prestar depoimento na DIG na manhã desta quinta-feira, o pai do garoto, o produtor de eventos Arthur Paes, afirmou que não sabe detalhes sobre o trabalho da polícia. “Não entendo muito bem, mas me falaram que a prisão seria boa para a investigação. Não sei porque ela [a juíza] negou [o pedido de prisão temporária], mas espero que tudo acabe bem”, comentou.
Paes mora em São Paulo e, na manhã desta quinta-feira, voltou a afirmar que durante as visitas quinzenais que fazia ao filho, nunca recebeu reclamações sobre os cuidados que Joaquim recebia da mãe e do padrasto. Visivelmente cansado, ele disse, no entanto, que não entende como o filho desapareceu de dentro de casa se o portão estava trancado.
"Não acuso nenhum dos dois [mãe e padrasto], mas tenho certeza de que pelo menos um dos dois sabe o que aconteceu. Meu filho não saiu sozinho e ninguém entrou lá para pegá-lo. Não tenho coragem de encarar eles nos olhos agora", afirmou Paes.
Investigação
Segundo a polícia, o padrasto do menino, Guilherme Longo, e a mãe, Natália Ponte, são suspeitos pelo desaparecimento do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos. O delegado afirmou, porém, que ainda não descarta a possibilidade de que alguém tenha entrado na casa durante a madrugada.“Pedimos a prisão temporária para esclarecer e esgotar todas as possibilidades do caso. Trabalhamos com todas as hipóteses."
Em depoimento, Natália afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7h, para aplicar uma dose de insulina, já que o menino é diabético. Ainda segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.
Também em depoimento, o padrasto do menino, Guilherme Longo, teria contado aos policiais que colocou o menino para dormir por volta de meia-noite e, durante a madrugada, saiu para comprar drogas, mas não encontrou quem fornecesse e retornou para casa.
O menino Joaquim Ponte Marques está desaparecido desde a manhã desta terça-feira (5) em Ribeirão Preto (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)Joaquim está desaparecido desde terça-feira (5) em Ribeirão Preto (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Fonte: G1 Ribeirão Preto e Franca. www,g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/

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