Cenário ameaçado: represa de Delfinópolis irá secar até
13 m
Autor(a): Marco Felippe Função: Repórter
Foto(s): Divaldo Moreira/Comércio da Franca
Uma decisão do
Governo Federal começará a mudar, dentro de 20 dias, um dos cenários turísticos
mais apreciados pelos francanos na região. Por determinação do ONS (Operador
Nacional de Energia Elétrica), a represa do rio Grande em Delfinópolis (MG)
terá seu nível reduzido em até 13 metros ao longo dos próximos meses. O
comunicado foi feito por Furnas à Prefeitura de Delfinópolis e pediu que o
município providencie medidas a fim de evitar transtornos para a população.
Funcionários de
Furnas confirmaram que a baixa no nível da água será perceptível e afetará
principalmente os bicos da represa, também conhecidos como braços. De acordo
com um dos gerentes da empresa, ranchos localizados nessas regiões ficarão
secos e até a travessia da balsa será prejudicada. Haverá também interferência
na irrigação de produções agrícolas, na navegação e no meio ambiente (leia
texto nesta página). “O rebaixamento será controlado, mas se começar a chover
novamente, vamos soltar a água até atingir o nível mais estável”, tranquilizou
o funcionário, que não grava entrevista.
Segundo Furnas, o
nível da represa poderá ser reduzido da cota máxima de 666,12 metros em relação
ao nível do mar para a cota mínima de 653,12 metros. O rebaixamento do nível da
água, ainda de acordo com o documento enviado para a Prefeitura, ocorre em
razão da estiagem e tem por objetivo ajudar na recuperação do reservatório de Furnas,
que está com apenas 28% de sua capacidade. A operação visa ainda a manter o
fornecimento de energia elétrica para o período da Copa do Mundo.
Em nota, a empresa
disse que a medida é inevitável e as reduções ocorrerão dentro dos níveis de
projeto. “Delfinópolis sentirá, pois não está acostumada com essas oscilações,
mas tudo ocorrerá dentro das condições de projeto”, explicou o gerente. Ele
também confirmou que Furnas ficará responsável pela construção de um novo porto
para a cidade, já que a travessia se tornará menor em água e maior em terra.
“Por conta dessa medida, teremos que desviar a estrada e o porto aproximará em
800 metros (uma margem da outra).”
Segundo Furnas, a
Usina Marechal Mascarenhas de Moraes tem uma área inundada de 250 quilômetros
quadrados, que também envolve outros municípios mineiros como Ibiraci, Cássia e
São João Batista do Glória.
De acordo com
publicação do jornal O Estado de S.Paulo de quarta-feira, 30, a redução da
vazão de água também ocorrerá em outras hidrelétricas do País para proteger o
estoque de água das cabeceiras dos rios e a decisão só depende de autorização
da ANA (Agência Nacional de Água) e do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente).
Fonte: GCN. www.gcn.net.br (Comércio da Franca)
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