quarta-feira, 4 de junho de 2014

Redução da Represa de Peixoto pode diminuir repasse para prefeituras 

Notícia foi dada por representantes do setor energético em Brasília.
Repasse para cidades banhadas pelo lago pode baixar até 60%.



Prefeitos, empresários e produtores rurais de cidades banhadas pela Represa de Peixoto, no Sul de Minas, receberam a notícia de que, caso o nível do reservatório seja reduzido, o repasse de verbas paras as prefeituras também deve cair. A notícia foi dada por representantes do setor energético durante uma reunião em Brasília (DF) nesta terça-feira (3).
Na reunião, o Secretário de Energia Elétrica do Ministério das Minas e Energia, Ildo Wilson Grudtner, afirmou que tanto a Usina de Mascarenhas quanto a de Furnas foram projetadas para armazenar água do período úmido para ser usada no período seco. No entanto, as explicações não convenceram os manifestantes.
“Pode haver uma redução em torno de 60% no repasse. No momento em que não há geração de energia, consequentemente vai cair o repasse, que é um transtorno para os municípios que contam com esse dinheiro”, protesta o prefeito de Ilicínea (MG) e diretor da Alago, Aluísio Borges de Souza.
Representantes de cidades banhadas pelo Lago de Peixoto participaram de reunião em Brasília (Foto: Reprodução EPTV)Representantes de cidades banhadas pelo Lago de Peixoto participaram de reunião em Brasília (Foto: Reprodução EPTV)



O uso da água do Lago de Peixoto ainda não começou graças a uma liminar da Justiça Federal que suspendeu a medida anunciada por Furnas Centrais Elétricas que pretendia reduzir o nível da represa, que fica entre Passos (MG) e Delfinópolis (MG), em até 13 metros. Na liminar, o juiz Bruno Augusto Santos Oliveira determina ainda que Furnas apresente as justificativas para a redução do nível do lago. No entanto, a liminar pode cair a qualquer momento.
Liminar impede redução de nível da Represa de Peixoto no Sul de Minas (Foto: Reprodução EPTV)
Liminar impede redução de nível da Represa de Peixoto no Sul de Minas (Foto: Reprodução EPTV)


A proposta apresentada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) visa garantir a geração de energia em outras hidrelétricas, já que a estiagem prejudicou o processo de geração de energia elétrica. O anúncio gerou vários protestos de moradores e autoridades que temem as consequências da queda do nível. O ONS estuda a redução do reservatório até a cota mínima, que é de 653 metros em relação ao nível do mar. Atualmente, o nível está em 663 metros, três abaixo do nível máximo,que é de 666 metros.

Prevenção
Para prevenir o desabastecimento de água, o sistema de captação de Passos (MG) e São João Batista do Glória (MG) já recebe mudanças para evitar a falta de água.
Em Passos, por exemplo, cerca de 80% da água que abastece o município vem do Ribeirão Bocaína. A outra parte é captada na Represa de Peixoto, trabalho que começou há dois anos no limite com São João Batista do Glória, próximo à ponte que liga os municípios.
Hoje a profundidade no local é de cerca de três metros. Com a redução do nível do reservatório, já está sendo construída uma nova plataforma flutuante para que a captação da água não seja interrompida. Um estudo realizado por Furnas mostrou que o leito do Rio Grande deverá voltar a aparecer e somente com o novo sistema será possível bombear a água até a estação de tratamento.
O mesmo sistema já existe em São João Batista do Glória, onde toda a captação é feita no Rio Grande e não existe outra alternativa para abastecer a população. Sem a plataforma flutuante, o município ficaria sem água.
Prejuízos
Quando o nível do lago baixar, um dos locais que deveria secar em Delfinópolis é uma área que é conhecida como "Prainha". O local é um dos pontos onde o esgoto é lançado, já que uma estação de tratamento ainda está sendo construída no município. A estação deverá ficar pronta apenas em setembro. Outra preocupação é com relação à travessia de balsa, a principal forma de acesso à cidade. Os portos poderão ser alterados para outros pontos.
O comunicado de Furnas Centrais Elétricas não informa um prazo, mas pelos próximos meses, o lago poderia baixar sempre que necessário, dependendo da geração de energia. Além de Delfinópolis e Ibiraci, outras cidades que poderiam ser afetadas são São João Batista do Glória (MG), Cássia (MG) e Passos (MG).

Fonte: G1 Sul de Minas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário