NOIVO SOFRE ACIDENTE DE TRABALHO EM
CURTUME E CASAMENTO É ADIADO
Foto arquivo pessoal
O fuloneiro Ailson Carlos dos Santos, 38, e a coladeira de peças Patrícia de Fátima Oliveira, 30, se casariam no último sábado
Um grave acidente de trabalho adiou o sonho de um casal de Franca. Já estava tudo praticamente pronto para o casamento marcado para o último sábado, mas, dois dias antes, o noivo foi atingido pela explosão de uma tina com produtos químicos usados para tratamento de couro, em um curtume em Restinga.
Apesar do susto e da frustração pelo adiamento da cerimônia, o quadro do fuloneiro Ailson Carlos dos Santos, 38, é estável. “Ele está se recuperando bem, está respirando quase normalmente e pode ser que ele até saia amanhã (hoje), caso a febre dele melhore. Mas ele ainda tosse, pois inalou muita fumaça, está fraco e tem evitado falar”, disse a noiva de Ailson, a coladeira de peças Patrícia de Fátima Oliveira, 30.
Eles iriam se casar na igreja de Santa Rita de Cássia, na cidade mineira de Cássia, onde moram familiares de Patrícia. Após a cerimônia, os noivos fariam uma recepção para os padrinhos. “Não temos uma nova data para casar. Estou preocupada com ele agora. Vou esperar ele ter alta, primeiro, para depois decidirmos quando será o casamento”, disse a coladeira, acrescentando que recebeu o auxílio de familiares para cancelar os contratos da cerimônia.
“Todos foram bem compreensivos e concordaram em desmarcar o que estava agendado. As pessoas da igreja e da recepção foram bem legais. Minha irmã foi quem correu para cancelar tudo e avisar os convidados. Só teve uma pessoa que não ficou sabendo do acidente a tempo e acabou indo à igreja no sábado.”
O casal se conhece há cerca de 15 anos, desde que a irmã de Ailson começou a namorar o irmão de Patrícia. Eles estão juntos há sete anos.
De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, Ailson teve o pulmão afetado devido à inalação de fumaça tóxica, mas ele já respira sem a ajuda de aparelhos. A recuperação das queimaduras na barriga, braços e pernas do fuloneiro também segue dentro do esperado. O hospital informou ainda que a alta do paciente depende da evolução do seu quadro.
O acidente
Ailson Carlos se acidentou na noite de 27 de novembro, quando a tina com produtos químicos do fulão - utilizado no curtimento e tingimento de couros - em que trabalhava explodiu, na unidade do curtume Boi Santo, em Restinga. Outros dois funcionários estavam próximos a Ailson no momento da explosão, mas não chegaram a ser internados. “O serviço dele é de risco, pois trabalha com produtos químicos. Foi justamente a combinação de um produto químico com o outro que gerou a explosão”, disse a noiva.
Segundo Patrícia, seu noivo já havia sofrido outro acidente enquanto operava o mesmo aparelho meses atrás, mas não sofreu ferimentos na ocasião. Ailson trabalha como fuloneiro há cerca de 15 anos e nunca havia sofrido acidentes operando o fulão, antes dessas duas ocorrências.
O Comércio entrou em contato com a diretoria do curtume Boi Santo por telefone e também por e-mail, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Fonte:gcn.net.br
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