Represa cheia no interior atrai turistas ‘órfãos’ da seca em SP
JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBEIRÃO PRETO
Rifaina, cidade de 3.500 habitantes no interior de São Paulo, tornou-se um oásis. Localizado bem na divisa com Minas Gerais, a 464 km da capital paulista, o município tem o que outros não têm: água.
Às margens da represa de Jaguara, no rio Grande, Rifaina virou refúgio de turistas que buscam onde veranear em seus barcos, motos aquáticas e lanchas, vindos de lugares afetados pela maior crise hídrica dos últimos 84 anos.
É praticamente impossível haver rebaixamento no nível da água na região, situada entre hidrelétricas do sistema de Furnas e da Cemig (Companhia Energética de MG).
Foto: Edson Silva | ||
Turistas em lancha na represa de Jaguara, em Rifaina (SP) |
Isso porque a usina local opera com o sistema de fio d’água, que não precisa de reservatório para gerar energia, fazendo com o que o volume de água seja constante.
A abundância hídrica, a boa localização –próxima a Ribeirão Preto e Franca, em SP, e de Uberaba e Uberlândia, em MG– e as melhorias na infraestrutura urbana têm atraído mais turistas este ano.
As duas principais marinas da cidade receberam cerca de 20 novas embarcações de Delfinópolis (MG), e moradores de locais banhados pelo sistema Cantareira –que abastece a Grande SP–, como Nazaré Paulista e Bragança Paulista, também têm dado as caras.
“Há uns dois meses recebo duas ou três ligações por dia de gente de Delfinópolis perguntando preços”, diz Fabrício Cantieri, 36, dono da marina Maré Alta, que também teve procura de
paulistanos.
paulistanos.
Em uma das imobiliárias da cidade houve aumento da procura em 25% neste ano. “Já não tenho
nenhum aluguel [de ranchos] para o final do ano”, afirmou Paulo Roberto de Melo Freitas, dono da Mara Imóveis.
nenhum aluguel [de ranchos] para o final do ano”, afirmou Paulo Roberto de Melo Freitas, dono da Mara Imóveis.
Ele diz que, no ano passado, ainda havia opções nesta mesma época. Um aluguel de um rancho chega a custar quase R$ 20 mil (seis dias para 18 pessoas). São mais de 600 ranchos às margens da represa.
Moradores e empresários ouvidos pela Folha disseram que o município começou a ganhar destaque no turismo após obras da prefeitura.
Segundo o secretário de Turismo, Cláudio Masson, de 2005 a 2012 a gestão investiu mais de R$ 3 milhões para revitalizar a orla. Um calçadão de 4 km foi construído, com quiosques, paisagismo, iluminação e estacionamento.
Um novo residencial está sendo viabilizado. O Enseada da Fronteira (460 mil m² e 320 imóveis), da construtora Engimurb, já está com 40% dos lotes comercializados. Os terrenos vão de R$ 130 mil a R$ 250 mil. Algumas residências chegam a valer R$ 2 milhões.
“O acesso é fácil, a cidade tem ótima estrutura, água em abundância. Só tende a crescer”, diz Amir Choaib, 57, dono da construtora, que planeja investir em mais dois projetos de alto padrão.
A cidade ganhará neste mês o seu primeiro prédio, de dez andares e 41 apartamentos –média de R$ 260 mil por unidade. A construtora informa que vai construir outro edifício, maior, na orla.
Fonte:www.orc.com.br
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