sexta-feira, 9 de junho de 2017

Justiça condena pastor por golpe de R$ 2 milhões em fiéis


O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Murilo César Lemos Jorge, é o autor da ação
A Justiça julgou procedentes os pedidos formulados pelo Ministério Público e condenou a empresa “Providência Tomada” e o pastor Cláudio Paino Calefe por aplicar o golpe da pirâmide financeira em fiéis. Pelo menos 50 pessoas teriam sido enganadas. Os réus terão de indenizar as vítimas. O prejuízo estimado é de R$ 2 milhões.
 
O golpe teria começado em 2012, quando as primeiras vítimas procuraram a polícia e o Ministério Público para relatar que caíram no conto do vigário, ou melhor, do pastor. 
 
Criada por Cláudio Calefe, a Providência Tomada vendia planos de investimento, prometendo uma série de benefícios, como cartões para ter desconto em lojas conveniadas, aposentadoria, auxílio funeral e estabilidade financeira (garantia para quem pagasse 12 meses de boletos bancários, considerados como uma participação nos lucros).
 
Havia também a promessa de abertura de um minimercado, por meio do qual os compradores dos planos seriam beneficiados com descontos diferenciados. “Criei um projeto matemático perfeito, sem fim e sem quebra. Foi feito através de orações e revelações vindas da parte de Deus para que tudo seja movido e administrado por Ele. Aqui, todos terão os seus benefícios. Aqueles que acreditam terão o direito dessa grande bênção que Deus tem nos proporcionado”, escreveu o pastor em sua página nas redes sociais.
 
O mesmo argumento era usado para convencer fiéis na igreja e nas ruas do Jardim Aeroporto III, onde ele morava e concentrava os golpes, segundo as investigações. “Ele usou o nome de Deus para enganar pessoas simples e se apropriou do dinheiro delas. Não entregou nada do que prometeu, estelionato puro”, afirmou o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Murilo César Lemos Jorge.
 
Em abril do ano passado, Jorge ingressou com ação na Justiça para impedir que o pastor continuasse vendendo planos da empresa e para que indenizasse as pessoas que compraram os serviços. A Justiça aceitou o pedido e decretou o bloqueio de todos os bens que fossem encontrados em nome do acusado e da Providência Tomada.
 
No último dia 5 de junho, a juíza Julieta Passeri de Souza condenou o pastor a não celebrar novos contratos e encerrar as atividades da empresa. Ele terá de indenizar os prejuízos individualmente sofridos pelos consumidores. O valor não foi fixado.
 
Em audiência, o acusado não negou as acusações, porém, tentou se eximir da responsabilidade sob o argumento de que não teve a intenção de lesar os clientes. Disse que é uma pessoa de boa índole, simples e que confiava no sucesso do empreendimento.
 
‘Chamado divino’
Ao tomar conhecimento de que a Justiça havia decretado o bloqueio de seus bens, no ano passado, Cláudio desapareceu. Ontem, não foi encontrado para comentar a condenação. 
 
Em depoimento à polícia no começo das investigações, ele disse que a Providência Tomada surgiu de um sonho. “Eu dormia, quando tive um chamado divino. Não faço para ganhar dinheiro, mas para ajudar as pessoas.”

Fonte:gcn

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