terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Laudo diz que BMW que matou estudantes estava a 189 km/h

 
Carro ficou destruído após o capotamento que vitimou três jovens; dois sobreviveram
O laudo pericial que atestou a velocidade e determinou como foi o acidente na avenida Doutor Armando Salles Oliveira, no Parque Universitário, há pouco mais de um mês e que matou três jovens, está com a Polícia Civil e anexado ao inquérito. Nele, há a afirmação de que a velocidade estimada da BMW, veículo envolvido no acidente, era de 189 km/h.
 
O cálculo tem uma margem de erro de 15% para mais ou para menos. Ou seja, o carro estava entre 160 e 217 km/h, no mínimo, quatro vezes mais que a velocidade permitida no final da via - onde aconteceu a tragédia -, que é de 40 km/h.
 
A fatalidade aconteceu no dia 17 de dezembro do ano passado. Morreram o condutor da BMW, o universitário Henrique Pini Maniglia, 18, e dois de seus amigos, Eduardo Brandão, 18, e João Moura Mattos Nogueira, 19. Os outros dois ocupantes, Eduardo Águila Raymundo, 19, e Gustavo Ribeiro, 18, sobreviveram. Na ocasião, o veículo bateu em uma guia, avançou por um barranco, atingiu um alambrado e invadiu um pasto, só parando do lado oposto à avenida, em outra propriedade.
 

Eduardo Brandão,  Henrique Pini Maniglia e João Moura Mattos Nogueira foram as vítimas fatais do acidente; Eduardo Águila Raymundo e Gustavo Ribeiro sobreviveram
 
 
O Comércio teve acesso em primeira mão ao documento. Nele, os peritos do IC (Instituto de Criminalística) Edmilson Martins e Hermes Busquilha Júnior apontam, também, que há uma marca de frenagem de 12 metros antes da BMW atingir a guia da calçada no fim da avenida. Segundo o laudo, havia sinalização na avenida, indicando tratar-se de “rua sem saída”, alertas de “devagar” e de limite de velocidade. Mas que, ainda assim, conforme o documento, os freios foram acionados faltando apenas 12 metros para atingir a guia, “insuficientes para alternar o rumo das coisas”, e o “vôo do automóvel”, sobre uma cratera, se estendeu por 24 metros. Com isso, o carro passou por esse espaço e atingiu o barranco, se ‘lançando’, depois, mais 27 metros à frente, derrubando os alambrados, capotando e só parando 10 metros depois.
 
Ao final do laudo, os peritos ressaltam que, na segunda batida, a BMW estava a 110 km/h, com margem de erro de 15% para mais ou para menos. Os profissionais também destacam que, se o veículo estivesse dentro da velocidade máxima permitida para a via (40 km/h), e com base nos 12 metros de frenagem, infere-se que o acidente não teria acontecido, pois, naquela velocidade, 8 metros seriam suficientes para parar o carro.
 
Sem cinto
Em análise veicular, ainda de acordo com o documento, os peritos constataram que os cintos de segurança do banco traseiro não apresentavam aspecto de uso recente e que o assento se desprendeu. O do passageiro do banco da frente estava distendido e teria sido usado recentemente. Já o do condutor, apesar de estar cortado, parecia ter sido usado corretamente. Com isso, seria possível inferir, segundo os profissionais, que a falta de uso dos cintos contribuiu para o resultado das lesões que afetaram todos os ocupantes da BMW, já que foram verificados danos intensos no encosto dos bancos dianteiros e seus trilhos, o que indica que os passageiros do banco de trás teriam ‘se projetado’ para frente, batendo no condutor e no passageiro.
 
Além disso, em perícia no automóvel, os especialistas relataram que os discos de freio da BMW estavam com uma tonalidade azulada, o que sugeria um uso recente. Eles também localizaram, do lado de fora do carro, ao lado da porta do passageiro da frente, duas garrafas da cerveja Budweiser ainda geladas, e outra garrafa dentro do veículo. 
 
O delegado responsável pelo caso, Dalmo Mateus Polo, confirmou as informações do laudo e disse que o inquérito segue em aberto no 4º Distrito Policial. “Nos próximos dias, os dois sobreviventes, bem como bombeiros, socorristas e testemunhas serão chamados para prestar depoimento e apurarmos melhor como foi essa tragédia. Como houve a morte do condutor, este caso não terá andamento na esfera criminal”, disse.
 
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Fonte: gcn

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