quarta-feira, 7 de março de 2018

Professora de creche em Restinga é indiciada por tortura



Do gcn.net
 
Câmeras da creche flagraram a ação da professora: no canto superior esquerdo, é possível ver a mulher com o saco de lixo
A professora acusada de colocar crianças dentro de sacos de lixo na creche “Célia Teixeira Ferracioli”, em Restinga, no ano passado, foi indiciada por maus tratos e tortura. A informação foi confirmada nessa terça-feira pela Polícia Civil do município.
 
De acordo com o delegado Eduardo Lopes Bonfim, que comandou as investigações, a professora deve responder por esses crimes na Justiça. A docente foi flagrada, por câmeras de segurança da creche, colocando as crianças nos sacos de lixo. Além disso, a polícia contou com depoimentos de outras funcionárias da instituição, como duas estagiárias e uma professora assistente, além dos pais das vítimas. “Para nós, o ocorrido se enquadra em tortura e maus tratos”, explicou Bonfim.
 
Ainda segundo o delegado, o caso de uma das estagiárias, que também teria colocado crianças em sacos de lixo, foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude, já que ela é menor de idade. Em depoimento, a estagiária afirmou que a professora acusada ordenou que fizesse isso como “medida pedagógica” e que obedeceu por medo de perder o emprego. Conforme o relato da jovem, a docente ainda teria feito ameaças de que ela e a outra estagiária poderiam perder o emprego caso contassem a alguém o que acontecia na sala de aula.
 
Com o encerramento do inquérito, o caso foi encaminhado ao Fórum para apreciação do promotor de Justiça e do juiz. Além de responder na esfera policial, a professora também teve outra consequência em razão da acusação: em janeiro, ela foi demitida por justa causa. Sua defesa já entrou com um pedido de reintegração, mas ele ainda não foi apreciado pela Justiça.
 
‘Aberração’
O advogado da professora, Denílson Carvalho, afirmou que o inquérito ainda não foi encerrado. “No nosso entender, não encerraram as diligências para que, assim, o caso seja concluído. Foi pedida a oitiva de uma testemunha. Falei com o delegado hoje (ontem) e ele autorizou o depoimento dessa pessoa antes de formar a convicção do indiciamento”, disse Denílson, que conta com essa oitiva de um funcionário público que faz parte da creche para prosseguir com a defesa. A reportagem tentou falar com o delegado Eduardo Bonfim após a declaração do advogado, no final da tarde de ontem, mas ele não foi localizado para comentar o assunto.
 
Para o defensor, a professora é inocente das acusações feitas e rebateu o fato de a acusada responder por tortura. “A capitulação desse crime é uma aberração. Não tem nenhum requisito para isso. Seria uma ilação dentro do processo”, afirmou.

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