segunda-feira, 12 de março de 2018

Sem transplante, David Miguel deve voltar ao país em breve


 
Davi Miguel não poderá mais realizar transplante
Prestes a completar 4 anos nesta segunda-feira, 12, Davi Miguel Gama deve voltar ao Brasil nas próximas semanas. Vivendo em Miami, Estados Unidos, desde julho de 2015, onde aguardava condições para realizar um transplante, tratamento indicado para a doença que impede seu intestino de absorver os nutrientes, o menino não poderá realizar o procedimento e, por isso, poderá seguir com a nutrição parenteral em solo brasileiro. A informação foi confirmada pelo médico que acompanha seu tratamento no exterior, Rodrigo Vianna.
 
“A situação do Davi no momento é estável, ele chegou em Miami em um estágio bem avançado da doença. Tentamos preservar a única veia que ele ainda tinha, mas infelizmente ele agora tem uma situação difícil, onde ele tem poucas veias que são usadas para a nutrição parenteral, sendo que apenas uma delas é de calibre adequado e isso não indica o transplante”, explicou Vianna. 
 
Com o serviço de Home Care (farmácia que fornece em casa a nutrição intravenosa que Davi Miguel recebe e que é de suma importância para sua sobrevivência), de acordo com os pais, o garoto tem uma rotina teoricamente normal. Nos últimos meses, porém, atrasos por parte da União nos repasses dos valores que mantêm o tratamento do menino têm preocupado os pais. 
 
“O Davi realmente não é um candidato ao transplante neste momento. Estamos insistindo para que ele fique em Miami, mas em condições de tratamento e, se voltar para o Brasil, teria que ser para um Centro de Reabilitação para que ele fique em casa, como agora, por isso devemos brigar para que ele tenha um acompanhamento de perto, como o que tinha no Samaritano, em São Paulo”, disse Jesimar Gama, pai do menino. 
 
O médico de Davi Miguel em Miami explicou que, sem condições de transplante, a indicação é que eles retornem ao Brasil e, futuramente, se for o caso, voltem para que o transplante seja realizado. “A família já foi informada sobre a inviabilidade do transplante neste momento. Lógico que existem tratamentos alternativos, um deles é a alimentação parenteral, mas isso pode ser feito tanto em Miami como no Brasil. O transplante neste momento não parece ser uma opção, a não ser que ele consiga recanalizar ou desenvolver uma veia de maior calibre no futuro. Porém, isso pode demorar alguns anos. Nos comunicamos com o Ministério da Saúde para que tudo seja organizado para a volta dele”, concluiu o médico. 
 
Com a indefinição se retornam ao Brasil ou permanecem em Miami, uma audiência, marcada para o próximo dia 22 de março, em Franca, deve discutir os atrasos dos pagamentos referentes à nutrição de Davi Miguel. 
 
“A situação do Davi está complicada, pois os pagamentos ainda estão em atraso. Se, de fato, voltarmos para o Brasil, precisamos de um respaldo para que o tratamento siga de forma a garantir uma qualidade de vida para o meu filho”, finalizou o pai, que afirmou ser contra o retorno do menino para o Brasil. 
 
Justificativas
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que “está realizando todos os pagamentos para o tratamento do paciente Davi Miguel, assim que as notas fiscais são encaminhadas para a pasta. É importante informar que o médico do Jackson Memorial Hospital, Dr. Rodrigo Vianna, já declarou que o paciente deve voltar ao Brasil, pois relatório médico apontou que o paciente não teria como realizar o transplante. Quando retornar ao Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde) dará toda a assistência necessária ao paciente”.
 
O caso
Transferido para o hospital Jackson Memorial, em Miami, no final de julho de 2015, a família de Davi enfrentou uma verdadeira batalha para conseguir o tratamento que poderia salvar a vida do menino. Sua história, contada pela primeira vez em agosto de 2014 nas páginas do Comércio, ganhou o mundo e várias campanhas foram realizadas desde então para a arrecadação do valor que seria necessário para realizar o transplante. 
 
Em abril de 2015, uma decisão da Justiça Federal obrigou a União a arcar com parte dos custos da cirurgia que seria feito no exterior. Os recursos arrecadados nas diversas campanhas em prol do garoto também seriam utilizados para o tratamento, sendo que 30% seriam direcionados para a manutenção da família no país onde seria realizado o transplante. 
 
Porém, pouco tempo depois de ser internado no Jackson Memorial, Davi foi dispensado para permanecer em casa, nos EUA, e foi retirado da fila de transplantes por falta de condições físicas para o procedimento cirúrgico. As veias dele, segundo os médicos, eram fracas e precisavam de tempo para se desenvolver, o que até o momento não aconteceu.

Fonte:gcn.net

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