Mulher é acusada de enganar idosos e tomar até residência
Foto de: Edson Arantes/Comércio da Franca
O Ministério Público instaurou procedimento administrativovisando a proteger as vítimas e apurar a prática de golpes que uma comerciante de Franca estaria aplicando em idosos em situação de vulnerabilidade. A mulher é acusada de se apoderar de bens em troca de relações sexuais. Em um dos casos, um homem se casou sem ter noção do que estava fazendo. Outro passou a casa para o nome da “namorada”. Em comum, pessoas com mais de 70 anos e que moravam sozinhas.
Os nomes das partes são mantidos em sigilo. De acordo com o MP, a mulher tem 50 anos e é dona de um bar frequentado por garotas de programa. É no local que os idosos são abordados. A primeira vítima é um lavrador de 80 anos, morador em Restinga.
Em 2016, ele se casou no papel com a comerciante. “O ato aconteceu em sigilo, sem a presença de qualquer testemunha. Foi totalmente secreto. O senhor nos relatou que foi ao cartório para assinar documento referente ao testamento inventário da esposa falecida”, disse o promotor de Justiça Murilo Jorge.
O lavrador só descobriu que estava casado quando começaram a chegar cartões de crédito em sua casa. Contas tinham sido abertas e financiamentos feitos em seu nome. A comerciante comprou um carro, celular e sacou cerca de R$ 20 mil em nome do “marido”. “Eles não tinham rotina nenhuma de casados. Está claro que o senhor foi enganado. A mulher queria passar a casa para o nome da filha dela. Por sorte, não conseguiu.”
O idoso foi orientado a, imediatamente, anular o casamento, medida que já foi tomada por seu advogado. O caso também foi denunciado à polícia para investigação criminal.
O segundo golpe que teria sido aplicado pela mesma mulher aconteceu em março deste ano e teve como vítima um aposentado de 75 anos, morador da zona Leste de Franca. “Ela se aproximou do idoso, ofereceu os mesmos favores sexuais e conseguiu a escritura e a matrícula da casa. Ele fez a doação do imóvel para ela e só ficou com o usufruto. Também o orientamos a tentar a anulação da doação o mais rápido possível”, disse o promotor.
Além das medidas de proteção e aplicação das penas previstas no Estatuto do Idoso, o caso também será remetido ao promotor criminal, pois há boletins de ocorrência por ameaça, agressões, calúnia e difamação contra os idosos e seus familiares registrados contra a comerciante na Polícia Civil. “Durante audiência no MP, a mulher alegou que estaria ajudando os idosos por bondade, por conduta cristã. Não acreditei de maneira nenhuma nesta versão. Na verdade, percebemos que nos dois casos o interesse dela foi comercial, ganhar dinheiro”, concluiu Murilo Jorge.
Fonte: gcn
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