Família acusa Santa Casa de negligência após morte de bebê
Mais uma vez a morte de um bebê, ainda na barriga da mãe, é motivo de denúncia por negligência na Santa Casa de Franca. Na última quarta-feira, a dona de casa Margarete Cristina da Silva Freira, 43, teve de realizar uma cesariana de emergência depois que o óbito do feto, que já havia completado 40 semanas, foi constatado. Antes
disso, porém, a mãe já havia procurado o hospital, no dia 18, com fortes dores nas costas e vômitos e, mesmo assim, foi liberada sem qualquer medicação.
De acordo com a dona de casa, que permanece internada, quando procurou o hospital pela primeira vez, ela já estava com o encaminhamento para a realização de uma cesárea. “A médica me liberou sem qualquer medicação, dizendo apenas que eu deveria esperar a dilatação”, disse.
Com pressão alta e um mioma no útero, a gravidez da moradora do Jardim Portinari era considerada de risco. “Realizei todo pré-natal e já estava com a autorização para a cesárea, mas mesmo assim fui liberada. Essa era a minha quarta gravidez e já tinha cesáreas no histórico. Como avisei a médica que estava com a pressão alterada, considero negligência ela não ter feito a cirurgia quando procurei atendimento”, completou.
Inconformado com o atendimento prestado à mulher, Moacir Araújo Freire, 37, acredita que a médica foi negligente ao liberar a gestante mesmo com dores e com o encaminhamento para a cesárea. “Acredito, sinceramente, que aquele atendimento causou a morte do nosso filho. Tenho medo de que os casos continuem a acontecer, e isso é inaceitável. Aguardávamos o nascimento dele com tanto entusiasmo, e hoje ficamos apenas com a dor da perda e a revolta”, desabafou.
Outro lado
A Santa Casa informou que a paciente foi avaliada no dia 18, quando foi realizado exame que comprovou que estaria tudo bem com o bebê, sendo a gestante liberada. Segundo o hospital, no dia, a dona de casa apresentava a carta do médico que acompanhava a gestação, mas sem a indicação de cesárea. Já no dia 25, ela chegou à Santa Casa com ultrassom que indicava o óbito fetal, sendo posteriormente realizada a cesárea.
Outros casos
Essa não é a primeira vez que pais acusam a Santa Casa por negligência em atendimentos que resultaram na morte de bebês ainda dentro da barriga das mães.
Em junho, após procurar o hospital com fortes dores, a dona de casa Marília Couto Batista Fonseca, 33, que enfrentava uma gravidez de risco, com pressão alta e diabete gestacional, foi examinada e encaminhada para casa. No dia seguinte, sem sentir mais o bebê, ela voltou à Santa Casa e foi informada de que o filho, Calebe, estava morto.
Caso semelhante voltou a se repetir em setembro. Com muitas dores, a artesã Marcela Roberta Ferreira Vieira, 23, perdeu a filha Gabrielly, de 9 meses, após passar por cinco atendimentos na Santa Casa e ser liberada. O pai da criança, Antônio Carlos Vieira, 30, acusou o hospital de negligência pela perda da primeira filha do casal.
Investigações
Segundo o delegado regional do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) de Franca, Ulisses Minicucci, deve ser instaurada uma sindicância para apurar o caso, assim como acontece com as outras duas denúncias apontadas. “Investigamos todas as ocorrências em que há suspeita de irregularidades. Se comprovado, o médico pode ser processado e terá que explicar o atendimento realizado.”
A Polícia Civil também investiga os casos.
Fonte:gcn.net.br
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