sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Marinha interdita balsas e Delfinópolis fica ilhada


 

Estava pensando em passar o fim de semana em Delfinópolis (MG)? Precisa resolver algum problema na cidade? Melhor mudar de planos. Uma equipe de fiscalização da Capitania dos Portos interditou, ontem, as duas maiores balsas que fazem a travessia sobre o rio Grande para chegar ou sair da cidade. Segundo a Marinha, problemas de segurança estavam colocando em risco os usuários do sistema. “Só está funcionando a balsa pequena, que não resolve nada. Estamos, praticamente, ilhados.” A afirmação foi feita pelo prefeito de Delfinópolis, Pedro Paulo Pinto (PMDB). Não se sabe quando o serviço será liberado.
 
Mesmo quando operando com a capacidade total, as balsas não dão conta da demanda. Estima-se que quase 600 veículos são transportados todos os dias pelas embarcações. Quase tudo o que o morador de Delfinópolis consome chega a ele pelas balsas. Quem tem que entrar ou sair da cidade também precisa contar com o sistema. A única alternativa é uma estrada de terra, que aumenta em mais de 60 quilômetros a distância com localidades do lado paulista. 
 
O serviço de transporte é feito por três balsas. Juntas elas têm capacidade para levar 32 veículos. Justamente, as duas maiores foram lacradas pelos fiscais da Marinha. A única que restou leva apenas cinco carros pequenos por vez. Caminhões, nem pensar. “O movimento de caminhões aqui é muito grande. Somos os maiores produtores de banana do Estado. Além de prejudicar o escoamento da nossa produção, vai dificultar a entrada de alimentos e de produtos essenciais em nossa cidade. Também refletirá no turismo”, disse o prefeito.
 
Pedro Paulo afirmou que o município já vinha sofrendo com os efeitos da crise e que a interdição de parte do sistema de travessia foi a gota d’água que faltava. “As balsas são nosso coração. Dependemos desta travessia. A situação é gravíssima e estamos decretando estado de emergência por causa dos transtornos.” O prefeito disse que tentou argumentar e pedir prazo aos fiscais da Marinha para tentar solucionar o problema sem que fosse preciso lacrar o transporte, mas disse que eles foram radicais.
 
De acordo com a Marinha, as embarcações foram interditadas “até que sejam sanadas as irregularidades determinantes para sua apreensão. O proprietário deverá se dirigir com urgência à Capitania dos Portos de São Paulo visando a adoção das providências necessárias à sua liberação. A retirada do lacre, sem autorização da Capitania, se constitui em crime”, diz aviso afixado nas balsas. A assessoria de Comunicação da Capitania dos Portos disse ao Comércio que os problemas constatados nas balsas estavam comprometendo a segurança da navegação e colocando vidas em risco, mas não explicou quais são as irregularidades. 
 
O aviso afixado nas balsas cita artigos de uma lei federal que versam sobre as exigências para ser um “prático”, nome dado ao substituto de um comandante de embarcações.
 
Em nota, a Furnas Centrais Elétricas confirmou que as balsas São João Batista do Glória e Rio Grande 4, que fazem a ligação entre as cidades de Cássia e Delfinópolis, foram interditadas, mas não explicou os motivos. A partir do laudo da Capitania, avaliará em conjunto com a Prefeitura de Delfinópolis as adequações necessárias.
 
A empresa informou que as balsas são cedidas por Furnas às Prefeituras de cidades banhadas pelo lago por meio de convênio, segundo o qual a empresa é responsável unicamente pela manutenção mecânica das embarcações de transporte de passageiros e veículos, cabendo às administrações municipais a gestão e a operação das mesmas. “A última vistoria realizada pela Capitania dos Portos no sistema de balsas da Usina de Furnas, em setembro, não havia apontado qualquer irregularidade.”

Fonte:gcn.net.br

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