segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Francano relata momentos de terror vividos em Paris

                  Brasilienses homenageiam as vítimas de atentados na França
A noite de 13 de novembro dificilmente será esquecida pelo professor de história o francano Leandro Alves Teodoro, 30 anos, que faz doutorado em Paris. Há cinco meses morando em Paris, ele escapou por pouco do terror vivido por milhares de pessoas que se encontravam no local dos ataques na noite da última sexta-feira.
Leandro estava a caminho da região comercial, que foi alvo dos terroristas, mas desistiu e voltou para casa. “Foi por acaso. Eu estava indo, mas mudei de ideia. Quando cheguei em casa comecei a acompanhar tudo pela televisão e internet.” Leandro mora relativamente perto da região atacada e conseguiu ouvir toda a movimentação de casa. “Dava para ouvir as ambulâncias, carros de polícia e as aeronaves que sobrevoavam o local. Ficou um clima de muita tensão. Nem a imprensa local estava entendendo direito o que estava acontecendo. Eram muitas informações desencontradas até mesmo dos locais onde estavam acontecendo os ataques. E o número de vítimas não parava de aumentar. Não consegui dormi. Fiquei muito apreensivo.”
Felizmente, Leandro logo conseguiu entrar em contato com a família em Franca para avisá-los de que estava bem.O professor afirma que sempre frequenta a área que foi alvo dos terroristas como a casa de shows Bataclan, o bar Le Carillon e no restaurante Le Petit Cambodge, locais onde foram registrados os maiores números de vítimas. “São lugares turísticos que recebem pessoas de vários países, mas muito frequentados também pelos franceses. É o coração de Paris. Ainda não há uma informação precisa, mas acredito que 80% das vítimas é da França.” Leandro passou o sábado em casa assim como muitos franceses. “As autoridades pediram para as pessoas só saírem de casa em caso de emergência. Mas o francês é corajoso e muitas pessoas foram para as ruas homenagear as vítimas com velas e flores. O francês quer mostrar que não tem medo. Mas todas as atividades foram suspensas na cidade.”
Leandro não conhece os brasileiros que se feriram durante o ataque, mas tomou conhecimento pela internet e passou a acompanhar. “Fiquei sabendo que o arquiteto passou por cirurgia, mas ele e a outra brasileira passam bem.”Acostumado a só acompanhar esse tipo de terror pela imprensa, o francano afirma que na França, principalmente depois do ataque ao jornal francês em janeiro, esse é um assunto tratado quase que diariamente pela imprensa francesa. “Mas mesmo assim ninguém esperava a proporção que foi. Como disse o presidente americano, Barack Obama, não foi um ataque apenas a França, mas a toda a humanidade. É uma guerra de culturas opostas entre oriente e ocidente. Não é um caso isolado. Acredito que nos próximos dias devem acontecer debates internos para saber quais providências o governo vai tomar.” 
Segundo Leandro, o presidente François Hollande chegou a ser criticado pela forma que agiu. “Segundo a imprensa francesa, o Serviço de Inteligência da França sabia que o país poderia ser atacado, mas evidentemente não que se imaginava que seria nessa proporção.”
Sem voltar
Mesmo com o clima de insegurança e tensão, o professor, que mora sozinho em Paris, afirma que continuará na cidade até abril do próximo ano. Ele vai concluir o pós-doutorado em história pela Université Ouest Nanterre, la Défense.
Fonte:gcn.net.br

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