Polícia de Franca indicia 11 pessoas ligadas ao ICV
A Polícia indiciou nessa sexta-feira 11 pessoas ligadas ao ICV (Instituto Ciências da Vida), contratado pela Prefeitura de Franca para prestar serviços médicos nos prontos-socorros. O grupo é acusado de formação de organização criminosa para o exercício ilegal da medicina, colocando em risco a saúde da população.
O indiciamento dos envolvidos foi feito pelas delegadas Fernanda Ueda e Simona Ricci, de Mairinque (SP), cidade onde o caso foi descoberto depois que uma falsa médica faltou a um plantão no pronto-socorro do município. A mesma quadrilha também atuou aqui, em Franca, onde a polícia ainda não concluiu o inquérito.
Segundo a delegada Simona Ricci, entre os envolvidos indiciados (veja lista em quadro nesta página), estão três diretores do ICV. São eles: João Rocha, apontado como o verdadeiro dono do instituto; seu filho Thiago Lencki Rocha e Rafael de Mari Santos, diretor-administrativo do instituto. “Ao longo da investigação, que durou mais de três meses de trabalho, ficou demonstrada a conduta criminosa. Eles foram indiciados nos crimes de peculato, organização criminosa, falsidade ideológica e periclitação da vida”, disse Simona.
A delegada ainda estuda se mais dois diretores, o médico Reinaldo Letrinta e Lucas Lencki Rocha, e o também médico Daniel Gutierrez Felil, que atuavam no ICV, serão incluídos como indiciados. “Estamos revendo os depoimentos e os documentos que colhemos para analisar se há sustentação para o indiciamento.”
Além dos diretores do ICV, a polícia ainda indiciou oito pessoas que atuavam como falsos médicos, usando o nome de outros profissionais. “São pessoas que não conseguiram comprovar a formação em medicina, não têm a documentação exigida para exercer a profissão e ainda falsificaram documentos para atuarem usando o nome de médicos verdadeiros, colocando em risco a vida de pacientes”, disse a delegada.
Dos oito falsos médicos agora indiciados, cinco também trabalharam em Franca. São eles: Danilo Cunha, Joceley Pereira Amorim, Bertino Rumarco da Costa, Pablo Mussolin e Petra Patricia de Oliveira. O inquérito sobre a investigação a respeito da ação dos falsários tem doze volumes e foi entregue à Justiça na tarde de sexta-feira. Agora o juiz deve analisar e encaminhar os documentos ao Ministério Público. Caberá ao promotor decidir se oferecerá denúncia contra os indiciados.
O ICV foi procurado para comentar o indiciamento de seus funcionários, mas não quis se pronunciar. Por meio da assessoria de imprensa, enviou uma nota informando que só irá se manifestar depois que for oficialmente comunicado sobre a conclusão do inquérito.
Histórico
O ICV atuou em Franca de julho do ano passado a 4 de setembro deste ano. No período, foram cinco contratos assinados em caráter de urgência. Até o momento, a Prefeitura já repassou ao ICV mais de R$ 22 milhões. O instituto era responsável por disponibilizar médicos para o atendimento nos prontos-socorros. Foi entre os profissionais da empresa que a polícia identificou nove falsos médicos agindo na cidade. Dois deles chegaram a ser presos e hoje respondem a um processo criminal em liberdade.
Em Franca, o caso continua sendo investigado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pela Câmara Municipal.
Fonte: gcn.net.br
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