Menino pede reforma da casa da mãe em carta ao Papai Noel dos Correios
Pedido de Bryan Henrique, de 9 anos, foi entregue na agência de Varginha. Garoto tem sonho de voltar a morar junto com a mãe e com os irmãos.
Com o fim de ano e a proximidade do Natal muitas crianças enviaram cartinhas ao Papai Noel dos Correios. Entre os milhares de pedidos que chegaram à agência de Varginha (MG) uma chamou a atenção pelo conteúdo dos presentes. A cartinha é de Bryan Henrique dos Santos Ferreira de 9 anos. Entre os desejos do menino estão latas de tinta para pintar a casa da mãe e um berço para o irmãozinho dele, que vai nascer no mês que vem.
Foi a avó materna quem ajudou o menino a escrever a carta. Ela conta que ficou emocionada ao ouvir o que o neto queria ganhar de Natal.
“Onde que uma criança hoje em dia pede essas coisas? Criança quer pedir coisas para elas. Ele não, ele pensou e foi falando: ‘Vó, pede tinta para pintar a casa da minha mãe. Pede para arrumar a porta. E o portão, vó? A gente fica com medo de ficar lá, porque o portão não fecha'. Ele foi falando e eu fui escrevendo”, contou a avó materna, Denise Maria dos Santos Resende.
“Onde que uma criança hoje em dia pede essas coisas? Criança quer pedir coisas para elas. Ele não, ele pensou e foi falando: ‘Vó, pede tinta para pintar a casa da minha mãe. Pede para arrumar a porta. E o portão, vó? A gente fica com medo de ficar lá, porque o portão não fecha'. Ele foi falando e eu fui escrevendo”, contou a avó materna, Denise Maria dos Santos Resende.
O menino tem politicemia, uma doença rara que afeta as células-tronco produtoras do glóbulos sanguíneos. Os sintomas são controlados com medicamentos que a avó ajuda a pagar. Prioridade, segundo ela.
“Eu trabalho muito para poder estar ajudando eles. Enquanto Deus me der força e saúde, eu não tenho preguiça não. Faço molho, faço as coisas para entregar para o pessoal, trabalho em festa, quando tem festa o povo me chama e eu vou, trabalho à noite nas festas. Entendeu? Eu não tenho preguiça, graças a Deus. Por isso que eu também não fiquei tão constrangida de escrever a cartinha, porque eu tenho força, eu trabalho, eu luto na vida”, disse a avó materna.
Reforma da casa da mãe
Nos últimos anos, como a maioria das crianças, Bryan sempre pedia um brinquedo. Mas este ano, a cartinha pedia cesta básica, iogurte, tinta para pintar a casa, roupas e sapatos usados. Pedidos simples, mas cheios de significado, e que se forem atendidos, devem melhorar a casa da mãe, que precisa de uma reforma.
“Porque ela tem umidade, é fria e não tem lugar para eu dormir, não tem cama, não tem berço para o meu irmão, nem cama para a minha irmã. Não tem nada”, contou o garoto.
Na casa ainda falta porta e a maioria dos cômodos não têm móveis. Por causa destas condições, ele e a irmã estão morando na casa dos avós paternos há quase um ano. Na cartinha, o garoto conta ainda que a vida ficou mais difícil depois que o padrasto perdeu o emprego.
“A gente ficou desempregado. A gente começou a ficar em desespero. Como que vai fazer, para onde a gente vai agora. E, até então, ele já estava ficando com a avó e a minha menina estava comigo ainda, a irmã dele, ai a mãe do meu esposo, que é falecido, ofereceu a casa para a gente morar aqui, só que quando a gente veio para cá, nós morávamos apenas em dois cômodos da casa. Agora que a gente abriu a casa e estamos tentando arrumar aos poucos para poder trazer as crianças para ficar aqui com a gente”, disse Nádia dos Santos Resende, mãe de Bryan.
Na casa ainda falta porta e a maioria dos cômodos não têm móveis. Por causa destas condições, ele e a irmã estão morando na casa dos avós paternos há quase um ano. Na cartinha, o garoto conta ainda que a vida ficou mais difícil depois que o padrasto perdeu o emprego.
“A gente ficou desempregado. A gente começou a ficar em desespero. Como que vai fazer, para onde a gente vai agora. E, até então, ele já estava ficando com a avó e a minha menina estava comigo ainda, a irmã dele, ai a mãe do meu esposo, que é falecido, ofereceu a casa para a gente morar aqui, só que quando a gente veio para cá, nós morávamos apenas em dois cômodos da casa. Agora que a gente abriu a casa e estamos tentando arrumar aos poucos para poder trazer as crianças para ficar aqui com a gente”, disse Nádia dos Santos Resende, mãe de Bryan.
O pedido surpreendeu a mãe do menino. “Fiquei muito surpresa, porque eu não imaginava que ele ia fazer isso, que ele ia pedir essas coisas. Eu fiquei sem palavras”, disse Nádia.
Escolhas
Bryan é como qualquer outra criança, mas aprendeu ainda cedo que às vezes é preciso fazer escolhas e isto nem sempre é fácil. Entre ganhar um videogame ou arrumar a casa da mãe, a escolha do menino foi a casa. Na imaginação dele, o imóvel seria bem diferente de como está. “Pintar de verde aqui [a sala], o quarto da minha mãe de rosa, o quarto do meu irmão de azul, o da minha irmã de lilás e meu quarto pode ser amarelo”, contou o garoto.
Um sonho compartilhado por toda a família. “Acho que só de realizar a carta dele, para mim já é tudo. Acho que para mim não vai faltar mais nada. O meu presente é o dele”, finalizou a mãe do menino.
Bryan é como qualquer outra criança, mas aprendeu ainda cedo que às vezes é preciso fazer escolhas e isto nem sempre é fácil. Entre ganhar um videogame ou arrumar a casa da mãe, a escolha do menino foi a casa. Na imaginação dele, o imóvel seria bem diferente de como está. “Pintar de verde aqui [a sala], o quarto da minha mãe de rosa, o quarto do meu irmão de azul, o da minha irmã de lilás e meu quarto pode ser amarelo”, contou o garoto.
Um sonho compartilhado por toda a família. “Acho que só de realizar a carta dele, para mim já é tudo. Acho que para mim não vai faltar mais nada. O meu presente é o dele”, finalizou a mãe do menino.
Fonte: g1.globo.com
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