segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Famílias de lavradores são abandonadas 

em fazenda


S.S. PARAÍSO - Atraídos pela oportunidade de emprego e renda, famílias de trabalhadores rurais do interior paulista chegaram a uma fazenda em São Sebastião do Paraíso para a colheita de tomates. Contudo, três meses depois, o grupo de lavradores foi abandonado e a esperança de uma vida melhor se transformou em decepção e desespero. 
Há quase seis meses, trabalhadores rurais das cidades de Nova Campina e Ribeirão Branco, no interior de São Paulo, foram contratados para trabalhar na colheita de tomates em uma fazenda na Comunidade do Morro Vermelho, em Paraíso. Com a promessa de bons salários, comissão por quantidade colhida e local para morar, cerca de 15 famílias se mudaram para o sudoeste mineiro. 
Contudo, de acordo com os lavradores, antes do final do terceiro mês de trabalho, o responsável pela contratação do grupo os abandonou, deixando de pagar seus salários e comissões. “Ele nos deve três meses de salários atrasados e a comissão pelas cinco mil caixas de tomates que colhemos”, contou Cláudio Moura.
O dinheiro dos empregados foi acabando, até chegar ao ponto em que não havia mais recursos para comprar o básico. “Só não estamos passando fome porque alguns vizinhos nos doam feijão, açúcar, leite e outros alimentos. Temos crianças aqui e a situação não está nada fácil”, completou o trabalhador.
Sem receberem o que lhes é de direito, os trabalhadores deixaram de ir à lavoura e, por isso, os tomates de cerca de 120 mil pés estão caindo e se perdendo. E, para agravar a situação, as famílias receberam um ultimado do dono das terras arrendadas: precisam deixar o local até novembro.
Vivendo em barracos de madeira, sem saneamento básico, as famílias só pensam em voltar para casa. Porém, lhes falta condições até para o regresso à terra natal. “Ele [o contratante] nos prometeu um caminhão para levar nossas coisas embora, mas, não apareceu. Nós só queremos voltar, porque não temos mais condições de ficar aqui”, lamentou a lavradora Maria Aparecida Martins.
A reportagem tentou entrar em contato com o empresário que contratou os lavradores para a colheita de tomates na fazenda na comunidade do Morro Vermelho, todavia, até o momento, ele não atendeu às ligações. Um advogado de São Sebastião do Paraíso cuida do caso dos trabalhadores rurais.

Fonte: Folha da Manhã de Passos

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