Criança de 5 anos é espancada pela mãe e está internada em estado grave na UTI

Criança tem ferimentos por todo corpo: costas, pernas, braços... Há também marcas de queimadura

Adriano Henrique Jardim Ramos, de apenas 5 anos de idade, foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa após ser espancado pela própria mãe até ficar inconsciente. Ele sofreu traumatismo craniano e lesões no abdômen, braços, pernas, costas, rosto e nos joelhos. De acordo com o último boletim médico divulgado pelo hospital, a criança estava entubada e em estado grave. A desempregada Jane Aparecida Jardim, 27, alegou que bateu no filho porque ele defecou na cama e se sujou de fezes. A mulher foi 

presa por tentativa de homicídio e levada para a cadeia do Jardim Guanabara. Mas, na noite de ontem, foi transferida às pressas (leia texto nesta página).                                                                                                                                                                                             

 

A brutalidade que chocou a região aconteceu dentro de uma casa da fazenda São José, zona rural de Cristais Paulista, na manhã de quinta-feira. Jane mora no local com um companheiro e três filhos: o que apanhou, um de 2 e outro de 11 anos. Ela é separada do pai dos meninos. Na hora dos fatos, apenas ela e os dois menores estavam na residência. O padrasto das crianças estava trabalhando. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu.

 

O espancamento aconteceu por volta das 8h30, mas só foi descoberto no começo da tarde. Após as agressões, o menino foi dormir. Por volta das 13 horas, ao ver que o filho não acordava, Jane se desesperou e decidiu levá-lo ao posto de saúde de Cristais Paulista. Ao constatarem a gravidade das lesões, os atendentes encaminharam o menino para a Santa Casa de Franca. Também tiveram o cuidado de avisarem o Conselho Tutelar, que denunciou o caso à polícia. 

 

A agressão

Jane foi detida no hospital. “De início, ela nos disse que o filho estava brincando na varanda da residência, que escorregou e caiu. Como as lesões por todo o corpo demonstravam que não era um simples tombo de uma brincadeira, passamos a indagá-la a respeito. Em dado momento, ela começou a chorar e confessou”, contou o investigador Wellington Amato.

 

A mulher disse que ficou nervosa ao ver que o filho havia defecado na roupa e sujado a cama. De posse de uma cinta, passou a agredi-lo. Contou, ainda, que pegou o filho pelo pescoço e braços e o empurrou contra a cama. De acordo com a versão dela, foi quando o menino teria batido a cabeça com violência na lateral da móvel. “A criança sofreu lesões por todo o corpo e um ferimento grande na nunca. O estado dele é muito grave. Sou policial há 27 anos e nunca me deparei com uma situação como esta. É um caso chocante por ser tratar de uma criança indefesa. Não só os policiais, mas os funcionários do hospital e os médicos ficaram revoltados”, disse Amato.

 

Jane foi retirada do hospital e conduzida à delegacia. Ela disse que teria se arrependido e que pediu perdão ao filho e a Deus. O suposto arrependimento não sensibilizou o delegado Djalma Donizete Batista, que decidiu autuá-la em flagrante por tentativa de homicídio. “A mulher falou que usou apenas o cinto e as mãos, mas duvidamos desta versão, pois são inúmeros hematomas que esta criança tem pelo corpo. Há uma lesão tipo esganadura no pescoço. Acreditamos também que, em tempos passados, ela tenha queimado e batido com violência no filho.”

 

Os policiais apreenderam na casa um cinto e uma vassoura quebrada, que teriam sido usados no espancamento. “Foi uma barbárie, uma brutalidade muito grande. Ficamos muito entristecidos, sobretudo porque se trata de uma criança. Sabemos que esta não é a forma ideal para se educar um filho”, completou o delegado Djalma.

 

Perícia

Na tarde de ontem, peritos da Polícia Científica foram à casa em busca de mais detalhes sobre o caso. Encontraram manchas de sangue nas cabeceiras de duas camas de solteiro no quarto da criança, no chão e na parede. Os policiais não encontraram resquícios de fezes, como a mãe havia alegado. O laudo do exame pericial será anexado ao inquérito policial aberto para apurar as circunstâncias do espancamento.

 

Antes de se mudar para Cristais Paulista, Jane morou em Campinas, onde teve os três filhos. Ela admitiu aos policiais que chegou a usar drogas e traficar, mas não tinha passagens anteriores pela polícia. Agora, responderá a processo criminal acusada de tentar matar o próprio filho.

Fonte: gcn.net.br

 

 

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