sábado, 4 de julho de 2015

30 mil deficientes têm potencial para   trabalho em Franca


30 mil deficientes têm potencial para trabalho em Franca
Ernando Mendes, que teve paralisia infantil, é frentista em um posto da avenida Brasil há 4 anos
Sobre uma cadeira de rodas, o frentista Ernando Ramos Mendes, 40, é um exemplo de superação. Com ânimo e dedicação, ele cumpre todos os dias uma jornada de 6 horas de trabalho e cuida do filho de 4 anos. Ele depende de uma cadeira de rodas para se locomover por ter contraído poliomielite (paralisia infantil) aos 6 




meses de idade.Há 4 anos, ele é frentista no Posto Cidadão Capaz, na avenida Brasil. Ernando abriu mão do auxílio-doença e resolveu trabalhar para levantar uma renda maior. O posto integra um projeto de mesmo nome da Petrobras, que adapta os postos de combustível para as necessidades das pessoas com deficiência. No local há rampas e um banheiro adaptado. Ernando começou a trabalhar em casa pespontando sapato e depois foi caixa em uma loja de eletrodomésticos. “Vaga tem, mas muita gente se acomoda e fica sem trabalhar. Ter um emprego melhorou muito minha autoestima e me ajudou financeiramente”, disse o frentista.
 
Ernando não possuía uma cadeira de rodas até os 30 anos e tinha que se locomover rastejando. “Eu comprei um carro adaptado para poder ir trabalhar e depois adquiri uma cadeira de rodas, quando fui contratado”, afirmou. Ernando é uma das poucas pessoas com deficiência que estão ativas no mercado de trabalho em Franca.
 
Dentre as cerca de 30 mil pessoas deficientes com potencial para entrar no mercado de trabalho em Franca, apenas 211 estavam cadastradas na base de dados do Padef (Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência). Esse total que está na fila para um emprego se refere ao período de 2011 a 2015. O Padef é um programa do Governo Estadual que faz intermediação de mão de obra de pessoas com deficiência. Os dados são da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho (Sert).
 
Essa participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho foi um dos temas abordados na 6ª edição da Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania, ocorrida no último dia 26 de junho. 
 
A pesquisa mostrou ainda que nos primeiros meses deste ano, não houve colocações de pessoas com deficiência por meio do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), que atua em parceria com o Padef. Somente 9 pessoas se inscreveram para tentar uma vaga neste ano.
 
“Só na sede do programa, em São Paulo, a gente faz no mínimo 1,2 mil encaminhamentos por mês, mas a média de pessoas admitidas é em torno de 100 em todo Estado”, disse a presidente do Padef, Marinalva Cruz, sobre as médias baixas de inclusão.
 
Em Franca, no ano de 2014, um total de 666 vagas foram oferecidas por empresas para todo tipo de deficiência, porém, não houve admissões nesse ano. A maior oferta é para deficientes físicos. Além da falta de qualificação profissional que atinge os candidatos de modo geral, independentemente da deficiência, um dos obstáculos para inclusão são as restrições das empresas. “A maior dificuldade é entender as habilidades das pessoas, olhar além da deficiência. Geralmente, quando recebemos as vagas, existe uma série de restrição em relação ao tipo de deficiência”, afirmou a presidente do Padef. O benefício recebido por pessoas com deficiência que não trabalham pode ser tornar um entrave. “As pessoas acham que vão perder o benefício assistencial, mas ele só é suspenso e pode ser reativado se a pessoa perder o emprego”, disse Marinalva.
 
Segundo ela, pode haver casos em que o indivíduo se acomoda com o benefício, mas isso acontece também com pessoas sem deficiência que, por receberem benefícios como seguro-desemprego, desistem de procurar trabalho.

Fonte: gcn.net.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário