Engenheiro deixa carreira para viajar de carona pelo mundo
Rogério Chimionato ao lado da árvore samaúma na Floresta Amazônica; ele conhece praticamente todos os estados brasileiros
“Com a cara e a coragem”. É assim que Rogério Chimionato, 39, intitula seu projeto de vida. Há cerca de dois anos, ele, que já atuou como engenheiro, decidiu embarcar em viagens por cidades do Brasil e outros países. Rogério viaja sem dinheiro, pedindo carona nas estradas. “O que começou como uma longa viagem em 2014 virou um estilo de vida. Não tenho nenhuma fonte de renda, levo o mínimo na mochila, pois vi que é preciso pouco para sobreviver viajando”, disse o francano. Rogério visitou quase todos os estados brasileiros e sonha em dar uma volta ao mundo. Em entrevista ao portal GCN e ao Comércio, ele contou sobre suas andanças.
“Eu sempre quis viajar para diversos lugares. Aos 37 anos eu havia passado por três profissões e não tinha encontrado realização em nenhuma delas, então decidi sair pelo mundo viajando”, disse. Ele é formado em engenharia de produção pela USP de São Carlos e já havia atuado na profissão, além de ter montado um restaurante de comida orgânica e sido instrutor de ioga.
Quando decidiu “ganhar o mundo”, Rogério era solteiro e não tinha filhos. Para ele, não havia nada que o impedisse de viajar. No início, ele pensou que o dinheiro seria um empecilho, mas diz que isso foi superado. “Eu descobri que as pessoas podiam viajar sem dinheiro, pegando carona na beira da estrada e trabalhando em troca de comida. É o que eu faço. Nunca passei por situações de desamparo, vejo que há muitas pessoas dispostas a ajudar”, afirmou. “Levanto o dedo com sinal de carona e espero uma boa alma aparecer”.
Uma mochila pesando cerca de 11 quilos é onde ele leva o que julga necessário: uma barraca, colchonete, poucas roupas e itens para higiene pessoal. “Sou uma pessoa isenta de medos, a condição de viajante não é perigosa por si só. Também não levo objetos de valor comigo”.
Ponta pé
Rogério começou as viagens conhecendo os estados do nordeste. O primeiro destino foi Itacaré, na Bahia. Sua preferência é encontrar lugares com natureza exótica. Para ele, só falta conhecer os estados de Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Apesar do estilo nômade, um destino despertou nele a vontade de ficar mais tempo. Trata-se do Vale do Capão, na Chapada Diamantina, que foi um dos locais que mais gostou de visitar. “É um local isolado e muito magnético”.
No exterior, ele já foi para a Venezuela, Guiana e Suriname e agora pretende dar uma volta ao mundo. Para realizar esse plano e pagar a passagem de avião, ele tem feito palestras para arrecadar dinheiro. A primeira delas foi realizada no dia 2 de abril e a próxima acontecerá no sábado que vem, dia 16, no Candeeiro Bar. A ideia é reunir o público para compartilhar o que aprendeu viajando, mesmo sem ter grana. “O que recomendo é que pessoas não deixem seus verdadeiros sonhos de lado. A vida passa muito rápido”, disse.
A sua próxima viagem deve ser para explorar a Chapada dos Veadeiros e a Diamantina, mas o viajante que segue seu “instinto” e não roteiros não consegue ainda afirmar seu rumo definitivo. Sua jornada pode ser conhecida pela página do Facebook “Com a cara e a coragem”.
Fonte:gcn.net
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