Café de Cássia e de três cidades da região atravessa fronteiras
A excelência dos cafés produzidos em Cássia atravessa fronteiras e agora vai para fora do Brasil. A Cooperativa de Cafés Especiais (COOCECER), que engloba os municípios de Cássia, Capetinga, Ibiraci e Claraval, conseguiu vender dois lotes, cada um com 320 sacas, para exportação. O primeiro lote foi vendido em dezembro e o segundo no final de janeiro. Além do café ficar conhecido mundialmente, a cooperativa ainda recebeu prêmios. Cada lote exportado representa um prêmio. Na região, ninguém tem o selo Fair Trade, apesar das várias tentativas, “Só tem em Nova Resende, Poços de Caldas, Varginha, mas próximo daqui não tem nenhuma”, diz o presidente da cooperativa, Miltom Melo Silveira.
A exportação só foi possível por meio do Fair Trade (que significa, em inglês, comércio justo), uma certificação internacional difícil de conseguir, tanto que a COOCECER é a única da região a ter este selo concedido pela Flo-Alemanha. O Fair Trade tem como objetivo principal estabelecer contato direto entre o produtor e o comprador, desburocratizando o comércio e poupando-os da dependência de atravessadores e das instabilidades do mercado global de commodities. Para obter o Fair Trade é necessário, para se ter uma ideia, respeito à legislação e às normas (por exemplo, trabalhistas) nacionais e internacionais, o ambiente de trabalho deve ser seguro e as crianças devem frequentar a escola e o meio ambiente deve ser respeitado. O selo tem entre os seus princípios as boas práticas ambientais e sociais. A Flo-Cert faz as vistorias para ver se a produção do grão segue as normas exigidas.
Ganho
O produtor ganha com o Fair Trade porque recebe mais pela saca. O valor da venda não pode ficar abaixo do custo de produção. E o limite imposto em um cenário de queda no preço internacional do café não é aplicado em momentos de alta, quando os negócios acompanham o mercado. Isto quer dizer que se o valor da saca cair no mercado, ele tem um preço mínimo garantido. “A venda não é feita direto ao comprador, ela tem um exportador, que coloca o café lá fora para os produtores”, conta Miltom. O café para ser exportado já está armazenado na Cocapec, em Ibiraci, armazém também certificado pela Fair Trade. Os dois lotes serão depois levados para o Porto de Santos e de lá seguem de navio em contêineres para os países importadores. Os países serão conhecidos apenas depois da exportação. Como o certificado é para uma entidade coletiva, todos os seus integrantes podem exercer seus direitos. No entanto, se um deles deixar de cumprir as regras pode comprometer a certificação dos demais. Parte do prêmio recebido na comercialização é revertida na produção e parte na melhoria das condições de vida da comunidade onde os produtores estão inseridos.
Para conseguir o cobiçado selo Fair Trade, explica Miltom, primeiro a cooperativa foi uma associação por três anos e depois os documentos foram arrumados e se tornou cooperativa há dois anos. São 52 cafeicultores cooperados que produzem café de primeira qualidade, antes certificados pelo Certifica Minas, concedido pelo governo mineiro. A produção total dos cooperados é de 40 mil sacas do tipo exportação, geralmente vendida para armazéns, que depois vendem para exportadores. A COOCECER é afiliada à Cearca, onde mantém a sua sede e funcionários.
Fonte:Municipio de Cássia
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