Câmara de Delfinópolis mantem aumento de salário
DELFINÓPOLIS - Por cinco votos
contra e dois a favor, e uma abstenção, os vereadores de Delfinópolis derrubaram a resolução que
previa a diminuição de 50% no salário dos parlamentares. Mesmo com a casa cheia
e sob pressão popular, os vereadores que se posicionaram contra, afirmaram que
se basearam na Constituição para não aprovar.
Caso passasse pelo Legislativo, o
salário dos vereadores, que hoje gira em torno de R$ 4.200 bruto, passaria a
ser de R$ 2.100, que com os descontos, ficaria em R$ 1.800. A vereadora Dóris
Aparecida Ferreira, que votou contra a resolução, afirmou que o valor do
salário atual é um direito adquirido, e a diminuição não é constitucional.
“Sabíamos da polêmica, mas este
projeto que já havia sido aprovado em 2015 estava cheio de ilegalidades.
Queriam consertar um erro que cometeram na legislação anterior”, afirmou.
O presidente da casa, o vereador
Danilo Araújo Santos, contou que não se surpreendeu com a não aprovação do
projeto, pois mais cedo, em uma reunião, alguns parlamentares já tinham se
posicionado contra.
De acordo com ele, antes desta
definição, a expectativa era de que a votação ficasse empatada, sendo que
somente neste caso a presidência votaria, e caso isso acontecesse, ele votaria
a favor. “Alguns vereadores em um primeiro momento afirmaram que seriam favoráveis
mas, com o passar do tempo, mudaram de ideia, o que também nos surpreendeu. Mas
agora o assunto foi finalizado e devemos prosseguir com novos projetos”,
afirmou.
A vereadora autora da resolução,
Bia Almeida, afirmou que também ficou surpreendida com a reprovação,
especialmente porque a iniciativa teve grande apoio popular. “Também tinha a
expectativa de que viesse a empatar, e sabia que o presidente Danilo
desempataria a favor da aprovação, mas agora vamos prosseguir”, afirmou Bia.
Apesar da derrota, a vereadora
afirmou que por enquanto não pretende apresentar um novo projeto referente ao
valor do salário, mas que vai esperar uma próxima reunião com os parlamentares
para discutirem assuntos referentes a questão.
População
O plenário da Câmara de
Delfinópolis ficou lotado durante a sessão de segunda-feira, 6. Quando a
resolução não foi aprovada, os presentes chegaram a vaiar os vereadores que
haviam votado contra, sendo que houve alteração de ânimos. Alguns populares se
revoltaram e afirmaram que vão protestar contra a reprovação pelos próximos
dias. Alguns usaram as redes sociais e demonstração indignação com a
reprovação.
“A
cidade passa por um momento financeiro difícil, e mesmo assim eles não querem
fazer sacrifício algum, sendo que o sacrifício vem apenas de quem já recebe
menos”, afirmou um dos usuários.
Polêmica se instaurou na cidade em janeiro
DELFINÓPOLIS - Apesar da resolução
ter sido votada apenas agora, a polêmica já existia em Delfinópolis desde o
começo do ano. Isto porque a população tomou conhecimento de que, em 2015, os
parlamentares da época haviam aprovado um decreto diminuindo o salário dos
vereadores da legislatura de 2017.
Mesmo com este decreto, não houve a
diminuição, porque de acordo com o regimento interno, a diminuição salarial
deve ser votada um ano antes, e não dois anos antes, como aconteceu. Além
disso, na época, a redução foi aprovada por meio de decreto, sendo que pela lei
ela deveria ser votada por meio de uma resolução.
As polêmicas não terminaram por aí,
aliado a todos os fatores citados, os parlamentares da época não promulgaram o
decreto aprovado, o que não o torna uma lei.
O presidente da casa, vereador
Danilo Araújo explicou que aliado a não diminuição dos salários em janeiro,
veio a votação da correção inflacionária do salário, de 6,28%, o que causou a
ideia na população que, ao invés de abaixarem o salário, os vereadores haviam
aumentado.
“Não houve ganho real, foi uma
votação constitucional que por lei devemos votar, corrigindo o salário de
acordo com o índice de inflação, inclusive abrimos as portas da câmara para a
população para explicar este fato, e mostrar que estamos trabalhando dentro da
lei”, finalizou.
Fonte: Folha da Manhã de Passos
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