sábado, 30 de maio de 2015

Pespontadeira perde bebê e família leva caso à polícia



         Sofrimento e indignação marcaram o enterro de Maria Fernanda. Mãe estava grávida de 8 meses


O que seria motivo de alegria e expectativa terminou em lágrimas e tristeza. Após ver a gestação de oito meses da pespontadeira Bruna Sousa da Silva, de 19 anos, ser interrompida e um parto sem êxito ser feito, a família clama por justiça e culpa a Santa Casa de Franca por omissão de socorro. De acordo com relatos de familiares, a saga começou há uma semana, quando a jovem deu entrada no hospital queixando-se de dores e sangramento. “Os médicos diziam que estava tudo bem com a criança e que não era nada. Isso se repetiu por mais cinco vezes, até ontem”, narrou o pai de Bruna, o produtor rural Edivaldo da Silva.
 
Na última quinta, a jovem e seu marido, Franklin Edson da Silva, procuraram novo atendimento na Santa Casa. Ela ficou internada por 24 horas. Após o sangramento ser novamente cessado, ela foi liberada e, horas mais tarde, retornou com o mesmo problema. Segundo os familiares, Franklin pediu para que fizessem o parto de sua filha. Desta vez, o que ele temia, aconteceu.
 
Por volta das 7 horas, Bruna teve novo sangramento. Ela foi levada com urgência para o Centro Obstétrico e uma cesárea foi feita. Sem sucesso. O primeiro bebê do casal morreu minutos depois. “Isso não pode ficar impune. Por isso queremos explicações e registramos o boletim. Não terei minha netinha de volta, mas pode evitar que situações como essa voltem a acontecer”, afirmou Edson Nilson da Silva, pai de Franklin, à reportagem. 
 
Resposta
Em nota enviada na tarde de sexta-feira, a Santa Casa de Franca atribuiu o óbito do bebê a um descolamento de placenta. O hospital, no entanto, não explicou as visitas anteriores da paciente e nem se manifestou a respeito do boletim de ocorrência registrado como omissão de socorro pelo pai da criança. 
 
“Na última quarta-feira, a paciente procurou atendimento na Santa Casa de Franca com queixa de sangramento. Ela ficou internada durante 24 horas para acompanhamento e monitoramento da vitalidade fetal. Foram realizados exames de cardiotocografia e ultrassonografia, que apresentaram resultados normais. Cessado o sangramento, foi liberada com orientações para retornar ao hospital no caso de nova intercorrência”, disse o comunicado. Sobre a morte do bebê, o hospital justificou. “Na madrugada do dia 29, em virtude de um novo sangramento, ela (mãe) retornou à Santa Casa e recebeu todos os cuidados médicos e de enfermagem. Até às 6h45, o quadro da paciente mantinha-se estável. Em virtude de um repentino sangramento, ela foi encaminhada para o Centro Obstétrico e foi iniciada uma cesárea de urgência. Porém, devido a um imprevisível descolamento de placenta, o bebê não resistiu”, informou a nota.
 
Este é o segundo caso registrado na família de Bruna. Há quase dois meses, sua irmã, a vendedora Larissa Sousa Silva, teve a gravidez interrompida na 35ª semana e não pôde ver seu pequeno Artur Gabriel nascer. “Não recebi nenhuma justificativa e este também seria meu primeiro filho. Agora, estou vendo minha irmã em situação parecida”, contou. 

Fonte: gcn.net.br

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