Dois atropelados, uma esfaqueada pelo ex-marido e dois motociclistas mortos. Esse é o saldo de mortes registradas em apenas 15 dias em Franca. Foi um início de julho marcado por sangue e dor das famílias. Os palcos das tragédias foram as rodovias Cândido Portinari e a Tancredo Neves, além de ruas da Vila Pedigoni e do Jardim Paulista. E, nos casos dos acidentes, a busca por explicações para o que aconteceu continuam e estão sob investigação da Polícia Civil.
A primeira morte aconteceu no dia 4 de julho, três dias após um grave acidente registrado na Vila Pedigoni. A vítima foi Carlos Eduardo Medeiros Camara, de 21 anos. Ele sofreu um acidente de moto no primeiro dia do mês, na rua Arthur Franchini, após o condutor de uma VW Parati cortar sua frente.
Devido ao impacto, Camara foi arremessado e sofreu politraumatismo. Em estado grave, não resistiu e morreu. A tragédia ainda está sob investigação policial e depende de laudos do IML (Instituto Médico Legal), para que suas causas sejam determinadas.
Na semana seguinte, domingo à noite, Wilson da Cunha Naves, de 45 anos, foi atropelado. As dúvidas continuam. Entre elas, o motivo da vítima ter atravessado a rodovia Cândido Portinari no momento em que a caminhonete do tenente-coronel aposentado Celio Bordon, 64, passava pelo trecho.
Bordon voltava para casa, após passar o dia com a família em Igarapava. Na altura do posto Paineirão, ele não conseguiu evitar que a caminhonete atingisse Naves, morador do Residencial São Domingos, que teria cortado repentinamente a sua frente. “Eu e minha mulher voltávamos para Franca, quando ele entrou na frente da S-10. Segundo um irmão que foi no local do acidente, ele estava em um bar e, bêbado, atravessou a rodovia. Não deu tempo de brecar. Logo parei para ver o que podia fazer e tentei socorrê-lo, mas estava mal”, lembrou Bordon.
Na quarta-feira da mesma semana, um atropelamento na rodovia Tancredo Neves matou o caseiro Osvaldo Lino de Souza, de 69 anos. Ele voltava para a chácara que cuidava, quando a fatalidade aconteceu. Testemunhas afirmaram que a vítima estava no meio da pista. Por ser um trecho sem iluminação, o sapateiro Jonathan Oliveira, de 21 anos, não viu onde a vítima estava e a atropelou com sua motocicleta.
O impacto causou diversas lesões e graves ferimentos no idoso, que caiu na Tancredo Neves. Ele ainda foi arrastado por alguns metros pelo veículo, antes de o sapateiro perder o controle e também cair. A moto ficou completamente destruída, mas o condutor não se feriu com gravidade e acionou o socorro para a vítima, levada em estado gravíssimo para a Santa Casa. Cerca de uma hora e meia depois, o caseiro não resistiu e morreu.
Logo no início da semana passada, mais uma morte no trânsito. O palco foi novamente a rodovia Cândido Portinari, em um trecho em obras, no acesso a Felipe Calixto, que liga Franca a Ribeirão Corrente, a um quilômetro do acidente de Naves. A vítima: Altair Ferreira Júnior, de 33 anos.
De acordo com a Autovias, por volta de 6h30 do dia 18, ao fazer a conversão, a vítima teve a frente da moto cortada por um motorista de 57 anos. Ele ingressou na rotatória e, segundo seu depoimento, não viu Júnior.
O homem bateu na lateral do caminhão, foi arremessado e, devido à perda de massa encefálica e graves ferimentos, morreu antes mesmo de ser levado para o hospital.
Horas depois da mesma segunda-feira, um crime passional tirou a vida da sapateira Cristiane Aparecida Rodrigues, de 39 anos. Três facadas foram desferidas no meio de uma rua do Jardim Paulista por seu ex-marido, o também sapateiro Fabiano Luís do Eterno, de mesma idade. Motivo? Pensão alimentícia.
O assassinato aconteceu na rua Goiás, após mais uma discussão entre o ex-casal por causa da pensão que Fabiano deveria pagar à filha de 17 anos, uma dos dois que tinha com Cristiane. De acordo com o próprio acusado, o valor devido era de R$ 8 mil e ele pagou apenas R$ 1 mil, fato que causava problemas com a sapateira, de quem estava separado havia 10 anos, e que já estava sendo cobrado na Justiça.
Depois de mais uma discussão com Cristiane, assim que ela saiu da fábrica onde trabalhava, Fabiano sacou uma faca e a golpeou nas costas. Ela correu e levou outra facada, no rosto, perto da orelha. A vítima conseguiu dar mais alguns passos, mas o último golpe - em sua nuca foi o que a fez cair.
O acusado ainda cravou o objeto na mulher, que foi amparada por testemunhas e por uma prima, Flávia Marques Casemiro. “Não acreditei quando a vi ali, ensanguentada e desfigurada, na rua. Ele aproveitou que as pessoas estavam se dispersando para matá-la”, contou.
Fabiano foi pego uma hora depois, pela Polícia Militar, no Jardim Piratininga. De pronto, confessou o crime. Diz ter perdido a cabeça e esfaqueado a ex três vezes por causa da pensão devida. Não queria ir para a cadeia. Mas, por conta do homicídio, foi indiciado e recolhido ao CDP (Centro de Detenção Provisória), onde permanece à disposição da Justiça.
Fonte:gcn.net