Sapateiro mata ex-mulher a facadas por causa de pensão

Perito analisa corpo da sapateira Cristiane Rodrigues, morta pelo ex-marido, ontem à tarde

Três facadas mataram a sapateira Cristiane Aparecida Rodrigues, de 39 anos, no final da tarde dessa segunda-feira, no Jardim Paulista. Seu assassino é seu ex-marido, o também sapateiro Fabiano Luis do Eterno, de mesma idade. Ele fugiu, mas foi preso pouco depois em casa, no Jardim Piratininga.

O homicídio aconteceu após mais uma discussão entre o ex-casal por causa da pensão que Fabiano deveria pagar a um dos dois filhos que tinha com Cristiane. De acordo com o relato do próprio acusado à polícia, o valor devido era de R$ 8 mil e ele pagou apenas R$ 1 mil, fato que causava problemas com a sapateira, de quem estava separado havia 10 anos, e que já estava sendo cobrado na Justiça.

Por isso, segundo ele, os dois conversaram ontem de manhã por telefone e ele a esperou sair da fábrica onde trabalhava, na rua Santa Catarina, para abordá-la, já na rua Goiás, e tentar conversar.

Assim que a sapateira se virou para ir embora, o ex sacou a faca que carregava e a golpeou nas costas. Testemunhas disseram que ela correu, e levou outra facada, no rosto, perto da orelha. A vítima conseguiu dar mais alguns passos, mas o último golpe - em sua nuca - foi crucial. O acusado ainda cravou o objeto na mulher, que gritou por ajuda, enquanto ele correu.

 

Assim que Cristiane caiu, uma mulher que pediu para não ser identificada foi a seu socorro. “Quando o vi perto dela, ainda descendo a rua, achei que estivesse dando um abraço. Depois que ela caiu, ele escapou. Ouvi os pedidos de socorro dessa moça, implorando para não deixá-la morrer, porque tinha os filhos, incluindo um bebê, para cuidar. Contou que foi o ex-marido que fez aquilo. Foi chocante”, disse.

 

Além de populares, a sapateira ainda foi amparada por uma prima, Flávia Marques Casemiro, que estava nas imediações. Com a voz embargada e em tom de revolta, ela contou o ocorrido. “Não acreditei quando a vi ali, ensanguentada e desfigurada, na rua. Ele aproveitou que as pessoas estavam se dispersando para matá-la. Estamos desesperados. Minha prima deixou três filhos. Um deles, de relacionamento recente, só tem 1 ano de idade.”

 

Flávia e moradores acionaram o Samu e a Polícia Militar, mas já era tarde. Cristiane morreu antes mesmo de ser socorrida. Enquanto seus familiares, inclusive seus filhos de 17 e 20 anos, frutos do casamento, se depararam com seu corpo estirado e choravam por sua morte, a PM partiu em busca do acusado. E o encontrou.

 

Confissão

Fabiano estava no Jardim Piratininga, perto da casa onde mora com a atual mulher, com quem está casado há sete anos e tem um filho de 3. Não ofereceu resistência ao receber voz de prisão. De pronto, confessou o crime. “Ele afirmou que não tinha como pagar a pensão e estava para ser preso. Por isso, discutiram e a matou. Agora, são duas famílias que estão desamparadas”, disse o cabo Gomes, da Força Tática.

 

Conduzido à DIG (Delegacia de Investigações Gerais), o sapateiro foi preso em flagrante por homicídio qualificado e recolhido ao CDP (Centro de Detenção Provisória). O corpo de Cristiane está sendo velado desde a madrugada no São Vicente. Com trabalhos da funerária São Francisco, seu sepultamento será hoje, às 16 horas, no Cemitério Santo Agostinho.

Fonte:gcn.net.