quinta-feira, 24 de novembro de 2016

11 PMs rodoviários da 'máfia dos guinchos' são expulsos

Policiais em frente a uma viatura da Corregedoria na base da Polícia Rodoviária de Franca no dia 30 de novembro de 2011
Onze policiais rodoviários que atuavam em Franca foram expulsos da corporação acusados de envolvimento com a “máfia dos guincheiros”. Eles haviam sido denunciados por receber comissão para apreender veículos nas pistas. A portaria aplicando a pena de expulsão foi publicada pelo comando geral da Polícia Militar na edição de ontem do Diário Oficial do Estado de São Paulo. O processo foi concluído quase cinco anos após o caso ter vindo à tona.
No dia 30 de novembro de 2011, a Corregedoria da Polícia Militar realizou uma operação que resultou na prisão de 17 policiais rodoviários. Eles eram suspeitos de receberem propina de guincheiros que recolhiam veículos apreendidos pela polícia nas rodovias estaduais da região e os encaminhavam para um pátio particular em Ituverava. A maioria dos detidos estava na base de Franca. Prisões também foram feitas em Brodowski, Orlândia e Ribeirão Preto. 
Como na base de Franca havia um grande número de agentes e, para não levantar suspeitas, todos os policiais lotados no município - mesmo os que estavam de férias ou licença-prêmio - foram obrigados a se apresentar para a realização de um suposto curso. Todos os presentes, suspeitos ou não, foram obrigados a colocar os celulares sobre as mesas. Na sequência, receberam ordens para desmontarem as armas que portavam e também deixá-las nas mesas. Naquele instante, dezenas de viaturas da Corregedoria entraram na base. Os policiais que não estavam sob investigação foram liberados. Entre os presos, havia 1 sargento, 4 cabos e 12 soldados.
As investigações tiveram início após a polícia receber denúncias de motoristas que tiveram seus veículos apreendidos. Eles reclamavam sobre os valores pagos e sobre excessos na fiscalização. Escutas telefônicas revelaram a participação dos 17 policiais e três guincheiros. Eles recebiam comissão para aumentar as apreensões. Quanto maior o número de carros levados para o pátio, maior seria o valor recebido. 
Durante o processo, os policiais foram transferidos de Franca, saíram das rodovias e passaram a realizar serviços internos em outras bases. Antes da conclusão, dois acusados se aposentaram, um pediu baixa e outro cometeu suicídio. As investigações abertas contra um sargento foram arquivadas. Onze policiais, dos quais sete atuavam em Franca, foram expulsos: Evandro Lucas Silva, Ester Luchesi Hermenegildo, Eder Frank Theodoro de Oliveira, Paulo Sérgio Taconelli, Juscelino José Peres de Souza, Emerson Marcelo da Silva, Carlos Eduardo da Silva Peres, André Luis dos Santos, Uiles Francisco da Costa, Kleber Augusto Fernandes e Jairo Luís da Silva. A portaria publicada pelo comando da PM afirma eles cometeram “atos atentatórios à instituição e ao Estado, e de natureza desonrosa, consubstanciando transgressão disciplinar de natureza grave”.

Fonte: gcn


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