domingo, 7 de fevereiro de 2016

Clube abandonado em Minas vira ameaça de dengue para Rifaina


Clube abandonado em Minas vira ameaça de dengue para Rifaina
Piscinas desativadas há dez anos cheias de água da chuva se tornam criadouros de insetos

Um clube abandonado às margens da represa de Jaguara, do lado mineiro de Sacramento, se tornou motivo de preocupação para as autoridades em saúde de Rifaina. Com diversas piscinas e espaços para acúmulo de água, o local conhecido como Wet World se transformou em foco de criadouros do mosquito da dengue. O risco é iminente e a Prefeitura de Rifaina pede providências ao município vizinho.
 
Localizado ao lado da ponte que faz divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais e rodeado de ranchos, o parque aquático está desativado há mais de uma década e o espaço antes ocupado por quiosques, bares e piscinas deu lugar a mato alto, entulho e água parada. O cenário devastador inclui ainda vários brinquedos quebrados e dezenas de folhas de coqueiro secas cobrindo o chão.
 
Durante visita realizada no final de janeiro, ao menos 20 pontos diferentes foram identificados na área pelos agentes de endemias como possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. Há água parada até mesmo no alto dos antigos toboáguas e dentro de ralos, onde dezenas de larvas já se manifestavam.
 
“Esse local vai contra todo o trabalho que realizamos na cidade de combate à doença. É um grande risco para os moradores e turistas que viajam para a região deixar o clube nessas condições”, disse o diretor de Vigilância de Rifaina, Rodrigo Ferreira.
 
Desde março do ano passado, a cidade conseguiu zerar o número de casos de dengue (até o primeiro trimestre de 2015 eram 112) com a aplicação de multas aos proprietários que conservam criadouros do Aedes em seus imóveis. Segundo Ferreira, em nove meses, foram registradas 40 multas e 882 notificações. As multas variam de R$ 127 a R$ 700. “Se o clube estivesse no nosso município, teríamos notificado o proprietário para fazer a limpeza e resolver o problema, porém como fica em Minas não podemos agir. Gostaríamos que Sacramento fizesse sua parte e atuasse com firmeza”.
 
O diretor de Vigilância disse ainda que vários ofícios foram enviados para a Prefeitura de Sacramento comunicando o problema, porém não houve resposta. Sem alternativa, agentes de endemias de Rifaina visitam mensalmente o local para aplicação de fumacê e pastilhas de cloro nas piscinas e demais dependências. “O problema não é nosso, mas estamos agindo da forma que é possível. Em breve, também distribuiremos sementes de Crotalária pelo clube para o combate natural do mosquito”, disse Rodrigo, ao se referir à planta que está sendo usada para combater a dengue, pois ela atrai libélulas, predador do mosquito Aedes aegypti.
 
O outro lado
A Prefeitura de Sacramento (MG) informou, via assessoria de imprensa, ter conhecimento do problema e que a Vigilância Sanitária do município realiza  visitas e a manutenção da área regularmente. 
 
A Prefeitura afirma também que os agentes de fiscalização da cidade tomam as devidas providências para impedir o crescimento da larva do mosquito em locais com água parada e continuará com ações preventivas para evitar a proliferação do inseto transmissor da dengue e demais doenças.
 
Embora o município mineiro afirme cuidar do espaço, as condições encontradas pela reportagem demonstram o contrário.
 
Procurado pelo Comércio, o coordenador de controle de endemias do município, Newton César Cassimiro , disse que independente do abandono o espaço é monitorado a cada dois meses e por se localizar em uma área rural, o risco de proliferação do mosquito da dengue é menor. “O serviço que fazemos no local é extra, pois o Ministério da Saúde orienta apenas o controle de Chagas na zona rural”.
 
Cassimiro disse ainda que bimestralmente aplica, durante as visitas, produtos que evitam o surgimento do Aedes por até oito semanas seguidas. “Pelo trabalho que fazemos posso afirmar que no clube não há focos”.
 
Questionado sobre a identidade do proprietário da área, o coordenador municipal disse desconhecê-la. “Trabalho há 18 anos no departamento e desde o começo, o clube está dessa forma”.

Fonte:gcn.net.br

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