sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Aos 4 anos, garota procura por doador de medula óssea

Aos 4 anos, garota procura por doador de medula óssea
Lígia Damas Estevão com a foto da filha Manuelly Cintra, em meio aos brinquedos da menina
Manuelly Damas Estevão Cintra tem apenas 4 anos de idade e já trava uma dura batalha pela vida. Internada na Santa Casa de Franca desde o último dia 17, ela passa por quimioterapia contra uma Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e aguarda um doador de medula óssea compatível. O apelo da família é para que o maior número de pessoas possível se encaminhe até o Hemocentro e ajude a aumentar as chances de Manuelly encontrar um doador.
 
“O doutor nos disse que ela precisa do transplante e o meu pedido é para que as pessoas se cadastrem no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea do Brasil)”, disse a mãe de Manuelly, Lígia Damas Estevão. 
 
A história da doença de “Manu” começa em fevereiro do ano passado. De acordo com a mãe, a menina não apresentou nenhum sintoma grave, naquela época, mas uma preocupação materna teria levado ambas ao Pronto-Socorro da Unimed, no dia 21 daquele mês. “Notei a minha filha muito pálida. Ela tomou um toddynho, que não fez muito bem, e vomitou. Por ela já estar pálida, resolvi levar até o hospital. Lá, fizeram exames e verificaram 24% de blastos no sangue.” 
 
Após o diagnóstico de LLA, no dia 22, a pequena foi encaminhada ao Hospital do Câncer, onde iniciou seu tratamento dois dias depois. A terapia deveria durar cerca de dois anos, mas, durante exames de rotina realizados neste mês, foi constatado o retorno da doença - até então em remissão -, o que levou Manuelly de volta ao hospital. 
 
“É muito difícil, mas tento explicar para ela sua situação de uma maneira menos agressiva, em forma de brincadeira. Digo que ela tem um bichinho no corpo e que é preciso tomar remedinho para ele morrer. Eu acredito que, na cabeça dela, ela entenda que essa é uma situação que todo mundo tem que passar”, contou Lydia. 
 
Mesmo com o apoio da mãe, a agressividade do tratamento tem feito os dias de Manu menos alegres. “Quando ela toma as picadas (injeções), chega a falar que não me ama mais, porque só eu judio dela”, disse Lígia, emocionada. “Outras vezes, diz que eu é que não a amo. Mas eu chego mais perto e falo: ‘Eu estou fazendo isso porque a mamãe te ama muito’. Aí, ela sorri e diz que me ama, sim.” 
 
Para amenizar a tensão, um dos programas que mais animam Manuelly é ver os clipes de seu artista preferido: Lucas Lucco. Na tarde ontem, por exemplo, a indisposição foi curada após assistir, por cerca de 15 vezes, o clipe de Mozão, um dos maiores hits do artista. “Ficou falando o tempo todo que gosta muito dele e me pedindo para vê-lo.” Manuelly completará seus 5 anos no dia 10 de outubro e sonha conhecer o seu ídolo.
 
Para ser um doador
Para se cadastrar como doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 54 anos completos, não possuir antecedentes de câncer e doenças infecciosas, além de estar em bom estado de saúde. 
 
No momento do cadastro, é necessário apresentar o documento de identificação e, se possuir, o Cartão do SUS. No processo, será feita uma coleta de 5 ml de sangue e as informações cadastrais serão incluídas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea do Brasil. O doador poderá ajudar a qualquer pessoa do País, caso seja compatível, sendo acionado através do Redome. 
 
“Uma das preocupações é com o ‘cadastro responsável’. Esclareço que há grande probabilidade de candidatos que doam no calor da comoção dizerem não à doação quando são compatíveis e contatados para salvar a vida de um outro paciente, dos quase 1,5 mil que estão cadastrados no Rereme (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea), na busca ativa por um doador compatível”, disse Héber Cintra, responsável pela captação de doadores do Hemocentro. 
 
“Ao receber a notícia de um doador compatível e depois a desistência do mesmo, os danos psicológicos e emocionais causados (ao receptor) pela decepção de perder, talvez a única oportunidade, de resgatar a saúde são sérios”, ressaltou. 
 
Informações são obtidas pelo telefone (16) 3402-5000.

Fonte: gcn.net.br

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