Testemunha e parentes relembram tragédia
Operários consertam mureta quebrada por caminhão-baú que desceu desgovernado pela rua ao fundo e invadiu a rodovia Cândido Portinari; motorista morreu
Pedaços de para-choques, vidro, peças elétricas e cimento em trecho da rodovia Cândido Portinari relembram a tragédia da noite de quinta-feira. Na manhã de ontem, parte da via ainda estava interditada para limpeza e reparo da mureta que separa as duas pistas da via. Um caminhão de fretes e mudanças invadiu a pista
e colidiu frontalmente com uma carreta carregada com cimento, que atravessou a mureta da rodovia e bateu em um carro. O motorista do caminhão, Eurípedes Jerônimo de Souza, 64, morreu. Os ocupantes do carro, um casal de
Uberlândia (MG), e da carreta tiveram ferimentos leves.
Curiosos e moradores da rua, onde o caminhão de frete estava momentos antes do acidente, circulavam nas redondezas e tentavam entender o que aconteceu.
Em uma das casas na rua Américo Caravieri, uma mulher foi testemunha do início do acidente, quando o caminhão de frete perdeu o controle e desceu essa via antes de invadir a rodovia. O motorista iria carregar o caminhão com mudanças de sua mãe.
“Ele estava dentro do caminhão com motor desligado, escutamos um barulho e o caminhão começou a descer desgovernado. Ele desviou de três carros na rua e não conseguia frear”, disse a sapateira Flávia Borges de Oliveira, 26.
A família acompanhou o trajeto do caminhão, que passou por uma área de vegetação que margeia a rodovia antes de invadir a via. “Descemos desesperados gritando, o susto foi muito grande”, disse a sapateira.
Por pouco, o acidente não ganhou proporções ainda maiores. A família planejava ir até a casa, para onde seria levada a mudança, pegando carona no caminhão. “Estamos aliviados que Deus livrou a nossa família, mas ficamos tristes pelos parentes dele. Nós também não vamos esquecer essa tragédia, ele estava conversando com a gente e cinco minutos depois estava morto”, afirmou a testemunha.
Para os outros veículos envolvidos, o desastre também repentino. O motorista da carreta, Aguinaldo Celestino, 31, foi surpreendido pelo caminhão e não conseguiu desviar. “Fiquei abalado depois desse acidente, ficou até difícil para eu voltar a trabalhar, porque faço muitas viagens à noite”, disse o motorista que seguia para a cidade Patos de Minas (MG).
Vida de trabalhador
Além de motorista, a vítima do acidente, Eurípedes de Souza, também era vendedor de salgados. Conhecido como “Oripinho do Salgado”, é descrito como uma pessoa generosa e trabalhadora, sendo um exemplo para amigos e familiares.
“Ele era uma pessoa muito dedicada, que fazia tudo pela família e trabalhava dia e noite. Toda minha família ficou muito abalada, tudo aqui em casa lembra ele”, disse a neta Amanda Tayla de Souza Martins, 20.
Segundo os familiares, ele trabalhava como motorista há cerca de 20 anos e tinha prática em dirigir à noite. Atualmente, ele estava aposentado, mas trabalhava por conta há três anos. “Ele vendia salgado nos jogos de futebol. Ele começou a vender usando uma bicicleta, depois conquistou a moto e o caminhão de frete, tudo com o esforço dele”, contou a neta. Eurípedes deixou mulher, cinco filhos e 11 netos.
Fonte:gcn.net.br
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