quarta-feira, 8 de junho de 2016

'Intenso desgaste', diz Polícia Civil sobre afastamento de delegado no RJ

Corporação diz que, apesar de 'elevada competência', preferiu preservá-lo. Delegada da 33ª DP (Realengo) assumiu a especializada.


Thiers comentou operação contra autores de ofensas racistas (Foto: Gabriel Barreira/G1)
Thiers comentou operação contra autores de ofensas racistas (Foto: Gabriel Barreira/G1)
O "intenso desgaste" do delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers, na condução da investigação do caso de estupro de uma menina de 16 anos, na Zona Oeste do Rio, foi decisivo para que a Polícia Civil tomasse a decisão de exonerar Thiers do cargo da especializada. A decisão foi explicada em nota da corporação nesta quarta-feira (8). Ele vai trabalhar administrativamente no setor de Recursos Humanos da Polícia Civil. Após polêmicas no início da condução do caso, no dia 23 de maio, o caso foi transferido para a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) no dia 30 de maio.
Na nota, a corporação diz que "ainda que o delegado tenha demonstrado durante sua administração elevada competência, confirmada pela deflagração de diversas operações policiais e investigações de qualidade, a Chefia entende necessária a preservação da gestão da delegacia especializada diante do volume e da complexidade das demandas diariamente recebidas."
Delegada Daniela Terra era titular da 33ª DP (Realengo) antes de assumir a DRCI (Foto: Reprodução/TV Globo)Daniela Terra era titular da 33ª DP (Realengo)
(Foto: Reprodução/TV Globo)
No lugar de Thiers assume a delegada Daniela Terra, que antes era titular da 33ª DP (Realengo). "Acabou de ser publicado no boletim interno [da Polícia Civil]. Ainda estou absorvendo a informação. Ainda nem conversei pessoalmente com o chefe de polícia [Fernando Velloso]", afirmou a delegada ao G1 nesta terça (7).
Agora, a delegada conta que irá se interar de toda a investigação, apesar de os trabalhos sobre o caso do estupro coletivo já estarem quase concluídos. As conclusões do inquérito, no entanto, não devem ser prejudicadas, já que Daniela Terra e a delegada titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), Cristiana Bento, são bastante próximas.
"Nós somos delegadas da mesma turma. Na verdade, a investigação está toda com ela. Amanhã [quarta-feira (8)] vou me reunir com o chefe de polícia", disse a delegada.

Delegado é investigado
No último dia 1º, o promotor Homero das Neves Freitas Filho, titular da 23ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), pediu à Corregedoria de Polícia Civil que instaure inquérito para investigar a conduta do delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), durante a apuração do estupro coletivo sofrido por uma menor de idade, numa comunidade da Zona Oeste do Rio.
Segundo o promotor, Thiers pode ter cometido o crime previsto no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento.
O comportamento do delegado foi questionado pela então advogada da adolescente, Eloísa Samy, que o acusou de ser "machista e misógino" quando tomava o depoimento da jovem. A menina também disse ter se sentido "acuada" por algumas perguntas feitas por Thiers e pelo fato de ter sido ouvida numa sala em que podia ser vista por outras pessoas, incluindo um dos suspeitos de violentá-la.
As críticas recebidas por Thiers levaram o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, a transferir a coordenação das investigações sobre o estupro para a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), cuja titular, Cristiana Bento, já vinha acompanhando o caso.
Fonte: g1.globo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário