Rombo na previdência pode passar R$ 1 milhão no AP, diz Polícia Federal
Beneficiários usavam documentos falsos para conseguir auxílios no INSS.
Fraudes resultaram na operação 'Ex Tunc'; oito pessoas foram conduzidas.
Polícia Federal apreendeu carteiras de trabalho falsas (Foto: Abinoan Santiago/G1)
A operação "Ex Tunc", deflagrada nesta quarta-feira (15) pela Polícia Federal (PF) no Amapá, aponta que o rombo no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) no estado pode ultrapassar R$ 1 milhão. O dano foi causado pelo pagamento de benefícios ilegais para pessoas que falsificaram documentos para conseguir auxílios reclusão ou por morte.
O rombo calculado atualmente está em R$ 705, sendo R$ 306 mil pagos entre maio e junho e R$ 399 mil bloqueados antes de serem depositados na conta dos 13 beneficiários cadastrados de forma irregular na previdência.
De acordo com a Polícia Federal, a fraude consistia na apresentação de documentos falsos para conseguirem os auxílios.
Os beneficiários teriam usado dados de menores de idade no requerimento dos auxílios para terem direito a pagamentos retroativos, o que possibilitou depósitos que alcançaram R$ 142 mil para apenas uma pessoa. A operação descobriu que algumas certidões de nascimentos eram falsas.
"O dano pode ultrapassar a casa de milhões de reais porque somente 13 benefícios chegaram a R$ 705 mil, sendo que temos informações de que esse número será ultrapassado, passando a casa dos três dígitos. (...) Os documentos [apreendidos] não correspondem com a realidade. Trata-se de um esquema muito maior. A investigação está apenas começando e tende a ampliar", disse o delegado Alain dos Santos Leão.
Foram expedidos pela Justiça Federal oito mandados de busca e apreensão e outros oito de condução coercitiva, em Macapá e Porto Grande. Todos foram cumpridos. Dos mandados, três foram para levar servidores do INSS para depor.
O esquema foi descoberto após a Polícia Federal receber informações da supostas fraudes da Assessoria de Pesquisa Estratégica e de Gerenciamento de Riscos (APEGR) da Previdência, órgão de inteligência ligado ao INSS.
"Os servidores ouvidos estão esclarecendo como eram concedidos esses benefícios com verificações de todos os envolvidos e provas, iremos saber se tem ou não participação de funcionários públicos. Nós não podemos descartar nenhum envolvido", disse.
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