domingo, 8 de maio de 2016

Filho gerado no coração; casal de Franca adota criança do RJ


Foto de: Divulgação
O casal Aline Carvalho e Anderson Rodrigo de Resende adotaram um menino de 4 anos no Rio de Janeiro - Foto: MARAISA E CÉSAR FOTOGRAFIA
“Depois que te encontrei, uma estrela apareceu no meu teto, meu coração se encheu de afeto, é como se abrisse um portão em nossas vidas. Depois que te conheci, é como se não houvesse antes... O mundo é agora em diante, é como plantar um jardim. Nem sei quanto tempo esperamos, até que um dia enfim, você faz parte de mim”. O trecho da música Portão, do compositor Lula Queiroga, resume a nova vida da família Resende que ilustra esta reportagem que o Comércio publica hoje, 8, em homenagem ao Dia das Mães, o primeiro da professora Aline Carvalho de Resende, 31.
 
Cadu tem 4 anos e devido a uma limitação biológica ainda não conseguiu falar mamãe e nem papai. Mas, no contexto desta história, essa restrição pouco importa e não tira dele o brilho, a energia e a alegria contagiante de uma criança que, há seis meses, mudou por completo a vida de Aline e do assessor Anderson Rodrigo de Resende, 34, moradores da Vila Real em Franca. Casados há seis anos, os dois resolveram no final de 2013 que era hora de aumentar a família. Depois de um ano e meio, o tão desejado filho chegou e de uma forma diferente: ele foi gerado no coração, como costumam falar os pais.
A adoção - digna de história de TV, literalmente, pois foi exibida em um dos episódios da série Histórias de Adoção no canal GNT -, aconteceu depois que Aline e Anderson foram habilitados pela Justiça e encontraram no programa Busca Ativa, que reúne crianças e adolescentes que ainda não têm pretendentes no Cadastro Nacional de Adoção (o grupo reúne grupos de irmãos, crianças mais velhas e deficientes), o perfil do pequeno Carlos Eduardo.
 
Carioca, ele nasceu com uma síndrome genética não específica e com uma paralisia cerebral. Até os 3 anos, não andava e praticamente não comia. Fora dos patrões mais desejados em um processo de adoção, Cadu, até então, morava em um lar de crianças especiais no Rio de Janeiro. “Quando traçamos o perfil da criança que queríamos, colocamos uma criança de zero a quatro anos, de qualquer sexo e sem requisitos quanto ao estado de saúde, pois filho a gente não escolhe. Deus que coloca no nosso caminho”, disse Aline, que por diversas vezes foi questionada quanto à escolha pela assistente social e a psicóloga que acompanhava o casal.
 
Com o desejo de ser mãe aflorado, Aline começou a pesquisar cada vez mais sobre o assunto e a debater o tema em fóruns pela internet. Foi quando ficou sabendo da existência do Busca Ativa e dentro dessa lista teve acesso ao perfil daquele que seria, em poucos meses, o seu filho.
 
Realização
Depois de um contato por email com a juíza responsável pela adoção de Cadu, o casal conseguiu reunir a papelada necessária e embarcou rumo ao Rio de Janeiro para conhecer a criança. Nesse universo tão complexo e bonito que é a adoção, Aline e Anderson tiveram empatia imediata com o menino e o mesmo aconteceu por parte dele. Ao barulho de palmas no portão da casa abrigo, foi o pequeno que foi correndo, com uma colher na boca, receber os visitantes. Ao saber que Cadu era a criança responsável por atender a porta, o sorriso e as lágrimas dos novos pais foram inevitáveis. “Houve uma sintonia imediata. A afinidade foi dos dois lados. Ficamos três dias no Rio de Janeiro e voltamos de lá sabendo que o Cadu era o nosso filho. Era só o tempo da juíza conceder o termo de guarda”, contou a mãe, emocionada. Para o pai, o processo ganhou agilidade pois houve uma iniciativa do casal. “O processo é bem burocrático, mas não ficamos na dependência de um telefonema informando que encontraram uma criança dentro do perfil desejado. Corremos atrás, sem importar com tempo e dinheiro”, disse Anderson. 
 
Uma semana depois, após um sinal positivo da juíza, o casal retornou ao Rio de Janeiro para enfim buscar Cadu. “A partir daquele momento me tornei mãe, praticamente tive um parto na viagem. Achei que não chegaria. Senti enjoo, mal estar, cólica. A expectativa era imensa. Foi a melhor coisa que nos aconteceu. Antes a gente evitava ficar em casa pelo vazio e hoje tudo mudou. O Cadu é uma verdadeira bênwwção”.
 
Em Franca desde outubro do ano passado, Cadu teve a medicação reduzida para praticamente zero, corre por todos os lados da casa, emite sons, frequenta a escola regular e realiza atividades multidisciplinares, como terapia ocupacional e sessões com fonoaudióloga. “Não temos como saber como ele será no futuro, como vai ser sua evolução, mas para quem tomava 14 medicamentos e hoje só usa um antialérgico, o Cadu tem tudo para ter uma vida normal”, revelou a mãe.

Fonte:gcn.net

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