Médico 'esquece' caco de vidro no pé de menino
Foto de: William Borges/Comércio da Franca
Uma simples brincadeira de criança quase se transformou em um pesadelo para a balconista Elisabete da Silva Barbosa Paulino, de 33 anos. No último dia 21 de abril, enquanto brincava na rua de sua casa, no bairro Jardim São Luiz II, um dos seus três filhos, um menino de apenas 5 anos, acabou cortando o pé com vidro. Levado ao Pronto-socorro Infantil, ele foi atendido e, segundo a mãe, sem nenhum exame mais preciso ou a prescrição de qualquer medicamento, o médico apenas limpou o machucado, deu quatro pontos e o enviou de volta para casa.
Com fortes dores e sem conseguir colocar o pé no chão, mesmo após os pontos caírem, o menino reclamou insistentemente com a mãe. Preocupada, ela o levou novamente para o PS Infantil. Dessa vez atendida por outro profissional, na última quarta-feira, novamente seu filho foi liberado sem qualquer exame mais detalhado e apenas um encaminhamento para atendimento na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Brasilândia.
“Fico revoltada que dois médicos viram o meu filho e não conseguiram ver que um vidro ainda estava no pé dele. O segundo ainda entendo, pois não viu o corte aberto, mas deveriam ter solicitado um exame”, disse a mãe.
Já na quinta-feira, uma pediatra da UBS atendeu a criança e solicitou o raio-X. O resultado, liberado logo depois, revelou que um vidro, de aproximadamente três centímetros, ainda estava alojado no pé do garoto.
“Quando eu vi o exame, não me conformei. Meu filho, por diversas vezes reclamou de dor, mas como criança é mais sensível, achamos que ele estava exagerando. Não podia acreditar que um profissional, que está ali para atender a população e recebe para isso, cometeria um erro tão grotesco”, desabafou.
Com o resultado em mãos e a informação que o procedimento de retirada não poderia ser realizado na UBS, a mãe foi encaminhada para o NGA (Núcleo de Gestão Assistencial). Lá, foi informada que uma vaga com o ortopedista estava disponível apenas para o mês de agosto. “Não sei o que eles queriam que eu fizesse. Meu filho com dor e um vidro dentro do pé, como é possível esperar até agosto? Corri de novo para o PS e exigi que algo fosse feito.”
Ontem, depois de quatro horas aguardando, mãe e filho foram levados para a Santa Casa. O garoto foi atendido por um ortopedista, que imobilizou o pé para evitar que o vidro se aprofunde. “Já fizemos alguns exames e o médico optou por imobilizar, pois o perigo é que o caco perfure algum tendão ou pegue em alguma veia. O meu filho estava correndo um grande perigo e, graças a Deus, uma semana antes do acidente ele tinha tomado todas as vacinas, o que evitou infecções”, finalizou.
Revoltada com a situação, Elisabete disse que quer apenas alertar outros pais do perigo de um atendimento sem a responsabilidade necessária por parte dos médicos.
Uma microcirurgia foi agendada para a próxima quarta-feira, na Santa Casa, onde finalmente o vidro deve ser retirado do pé do menino.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Saúde, que segue sem um comandante desde a saída de Rosane Moscardini, não retornou o contato feito pela reportagem, na tarde de ontem, até o fechamento desta edição.
Fonte:gcn.net
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