Ladrões invadem entidade, agridem pacientes e roubam

Foto de: Dirceu Garcia/Comércio da Franca

Reféns foram amarrados e presos na cozinha da casa. Paciente de 81 anos e motorista de van foram agredidos pelos bandidos

Pacientes e funcionários do Iansa (Instituto de Apoio Nossa Senhora Aparecida) viveram momentos de terror, na manhã de ontem, quando bandidos invadiram a sede do grupo que oferece apoio para pacientes em tratamento contra o câncer em Franca. No momento da invasão da casa, que fica no Jardim do Éden, duas funcionárias, dois pacientes, um voluntário e a motorista de uma van de pacientes estavam no local. 

 

Armados com revólver e faca, dois homens entraram na casa, anunciando o roubo, por volta das 8h30. Agressivos, amarraram as vítimas com lacres e as prenderam na cozinha. Em diversos momentos, eles chegaram a ameaçá-las de morte.

“Eles chegaram quando eu estava tomando café. Um deles estava armado com uma faca e outro com uma pistola. Desde o início, eu disse que eles poderiam levar o que quisessem e pedi apenas para que eles não agredissem ninguém, mas durante todo o tempo eles foram bem agressivos. O objetivo principal, pelo que deu para entender, era levar a van do Instituto”, disse o voluntário Eurípedes Bonine, 77. 

 

Na ação, os bandidos levaram R$ 600 do próprio Instituto, R$ 300 de um voluntário, além de dinheiro, cheques, celular, bolsas e joias de pacientes e funcionários rendidos no assalto. Uma van da Prefeitura de Ituverava, que trazia pacientes da cidade para tratamento no Hospital de Câncer, também foi levada.

 

“Os bandidos estavam nervosos e chegaram a nos ameaçar por diversas vezes. Em determinado momento, cheguei a acreditar que só sairia daqui hoje em um caixão”, desabafou Bonine.

 

Uma das vítimas que acumulou mais prejuízos, a motorista da van de Ituverava, Maria de Lourdes Nogueira Vieira, foi agredida por diversas vezes pelos bandidos. “Quando saía do banheiro, um dos bandidos me pegou pelo braço e, armado com uma faca, anunciou o assalto e me ameaçou. No início, achei que era uma brincadeira infeliz. Mas, logo depois, o outro assaltante passou com um revólver e vi a gravidade da situação.”

 

Levada junto com os outros reféns para a cozinha, onde foram amarrados e jogados no chão, a motorista levou socos na cabeça e chegou a ser ameaçada de morte. “Eles queriam a van do Iansa, só que a chave não estava aqui, assim resolveram levar a que eu dirigia. Pediram a chave, mas eu estava apavorada e esqueci onde tinha colocado. Por isso, levei diversos golpes na cabeça. Além da van, eles ainda levaram mais de R$ 1,2 mil em dinheiro e R$ 600 em cheques que estavam na minha bolsa. O meu celular, que havia comprado há alguns dias, e um anel de ouro também foram roubados”, disse. 

 

Morador em Miguelópolis, José Tibiriça, 81, que trata de um câncer na próstata, estava no Iansa. Sem ouvir direito o que os bandidos pediam, foi agredido com coronhada e teve de ser socorrido pelo Samu. Junto com uma das cozinheiras, que sofre de pressão alta e passou mal, ele foi encaminhado para o PS “Álvaro Azzuz”, mas passam bem.

 

“Foi um grande susto, mas temos que agradecer, pois no momento da invasão poucas pessoas estavam na casa. Nunca imaginamos uma crueldade desse tamanho, ainda mais em um local que busca apenas ajudar quem precisa. Graças a Deus, estão todos bem e continuaremos trabalhando como sempre fizemos”, disse Eliane Aparecida Bonine de Melo, presidente do Iansa. 

Fonte:gcn.net